Judiciário

Caso Valley: visibilidade de condutora estava comprometida, diz perito particular

Defesa contratou especialista para rebater laudo oficial, que atesta as condições favoráveis de visibilidade da motorista

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Caso Valley: visibilidade de condutora estava comprometida, diz perito particular
(Foto: Reprodução)

A segunda audiência de instrução do caso do triplo atropelamento em frente a uma boate, em Cuiabá, teve um confronto de análises periciais sobre a dinâmica do crime. As oitivas aconteceram nesta segunda-feira (04).

Pela versão da defesa, a professora Rafaela Screnci tinha a visibilidade comprometida no momento da colisão. Na análise do especialista particular Alberi Espíndola, os veículos que estavam na via junto com Rafaela (os chamados obstáculos dinâmicos), influenciaram na visibilidade da condutora, fator este que teve implicação no resultado final.

Essa versão é refutada pelos técnicos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que, em laudo, confirmaram a visibilidade da motorista.

O atropelamento

O atropelamento aconteceu na madrugada de 23 de dezembro de 2018, na Avenida Isaac Povoas, na Capital.

Os jovens Myllena de Lacerda Inocêncio, Ramon Alcides Viveiros e Hya Giroto Santos estavam na rua, nas proximidades da boate Valley, quando foram atingidos por Rafaela.

Myllena morreu na hora. Ramon chegou a ser socorrido, mas não resistiu após 5 dias de internação. Hya teve alta após 15 dias hospitalizada.

Falhas na reconstituição

Espíndola ainda criticou a forma como a reprodução simulada foi feita. Para o perito, as circunstâncias deveriam ser o mais próximo possível daquelas do dia do fato, ou seja, precisariam colocar três automóveis, conforme mostrado nas imagens que registraram o atropelamento, para avaliar a visibilidade da motorista.

O especialista avaliou também que a trajetória das vítimas, realizando a travessia de forma irregular, com paradas na via, influenciaram no desfecho trágico.

Na análise do especialista, quando conseguiu avistar os pedestres, Rafaela tentou, sim, desviar do trio.

“Ela já estava em uma trajetória tentando levar o carro para a esquerda”, disse o perito. “Estava consciente das reações no momento do acidente. Reagiu como um condutora padrão, está dentro do que era esperado para uma situação daquelas”, complementou.

Perícia oficial

O perito oficial criminal Henrique Praeiro Carvalho, responsável pelo laudo pericial da Politec rebateu a avaliação do especialista particular, reforçando os apontamentos feitos durante as investigações.

Carvalho reafirmou que a motorista tinha sim condições de visualizar as vítimas Ramon e Mylena desde a hora em que chegaram à faixa para retomar a via.

O especialista explicou que voltou ao local e realizou uma análise que indicou que os veículos ali presentes, não obstruíam a visibilidade, mesmo no horário do atropelamento.

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