Crônicas Policiais

Mulher que matou idosos tinha registrado boletim horas antes dizendo sentir-se ameaçada

Delegada afirma que motivação da chacina foi um desacordo comercial e judicial ligado ao aluguel de um imóvel

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Mulher que matou idosos tinha registrado boletim horas antes dizendo sentir-se ameaçada
(Foto: reprodução / Instagram)

A motivação do crime que causou a morte de dois idosos, Pilson Pereira da Silva, 80 anos, e Rui Luiz Bolgo, 68 anos, e deixou o padre de Peixoto de Azevedo (670 km de Cuiabá), José Roberto Domingos, 45 anos, ferido, seria um desacordo comercial ligado ao aluguel de um imóvel.

Segundo a delegada de Peixoto de Azevedo, Anna Paula Marien, ontem (21), poucas horas antes do crime, Inês Gemilaki, 48 anos, a mulher que aparece no vídeo atirando nas vítimas, e o companheiro, Márcio Ferreira Gonçalves, 45 anos, haviam procurado a delegacia para registrar um boletim de ocorrência afirmando que os dois e o filho de inês, o médico Bruno Gemilaki Dal Poz, 28 anos, vinham sendo ameaçados pelo garimpeito Enerci Afonso Lavall, conhecido como Polaco.

“Ontem mesmo os suspeitos estiveram aqui nessa unidade policial registrando um boletim de ocorrência em desfavor do proprietário da casa. No entanto, poucas horas depois, eles mesmos praticaram esse ato criminoso”, disse a delegada Anna Paula.

Enerci é o proprietário da residência ontem a chacina ocorreu. Ele não foi alvejado por Inês e o filho, somente ficou ferido ao ser atingido por estilhados de vidro que ficaram no local.

“A princípio, a nossa linha de investigação é no sentido de que havia um desacordo em relação a um imóvel, que culminou com essa ação criminosa. A suspeita locava aquele imóvel do proprietário e, ao sair da residência, deixou algumas dívidas, o que gerou uma ação judicial e, a partir daí, várias discussões e desentendimentos entre eles. O que acabou resultando nesse crime bárbaro que aconteceu aqui em Peixoto”, relatou a delegada

Denúncia de ameaça

Na manhã de ontem (21), Inês e Márcio registraram um boletim de ocorrência afirmando que Enerci Afonso Lavall os estava ameaçando publicamente, assim como ao seu filho Bruno, devido a um processo, referente a um contrato de aluguel que possuíam, no qual Inês teria vencido um processo judicial.

A mulher afirmou no boletim que, no sábado (20), 3 homens entraram em sua casa procurando por ela, mas apenas Márcio estava presente. Os homens, então, segundo o boletim de ocorrência, teriam informado que ela estava em dívida com eles e afirmado que sabiam “onde a vítima e seu filho residem”.

Além disso, os homens também teriam enviado fotos para o celular de Inês, “com o intuito de intimidá-la, cobrando uma dívida que ela não possui”, diz trecho do boletim.

À polícia, Inês afirmou que, nas mensagem enviadas, constava uma bandeira vermelha, com as iniciais da facção Comando Vermelho (CV).

O casal pediu medida protetiva, pois se sentia em perigo, assim como o filho de Inês. O caso havia sido registrado como ameaça.

O crime

Inês, Bruno e Márcio chegaram à casa do garimpeiro Enerci Afonso Lavall, onde o crime ocorreu, aparentemente à sua procura. Eles estavam em uma Ford ranger branca.

A mulher estava com um revólver na mão e atirou nas vítimas à queima roupa. O filho estava com uma espingarda calibre 12. Os dois também atiraram contra as câmeras de segurança na frente da casa.

“Os disparos foram realizados de forma indiscriminada e cruel, impossibilitando qualquer chance de fuga para as vítimas presentes”, diz trecho do boletim de ocorrência.

Pilson Pereira da Silva, 80 anos, e Rui Luiz Bolgo, 68 anos, morreram no local. O padre da cidade, José Roberto Domingos, 45 anos, foi alvejado, socorrido e passa bem.

Após o crime, mãe, filho e companheiro fugiram e, até o momento, ainda não foram localizados.

“A Polícia Civil continua empenhada na resolução desse caso, efetuando diligências e reunindo todos os elementos de informações necessários para prisão e condenação dos suspeitos”, disse a delegada Anna Paula Marien.

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