Judiciário

Médica que atropelou verdureiro afirma que repercussão do caso é resultado de sua profissão e situação financeira

Em vídeo publicado nas redes sociais, Letícia Bortolini afirma ser vítima de injustiça

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Médica que atropelou verdureiro afirma que repercussão do caso é resultado de sua profissão e situação financeira

A médica Leticia Bortolini, acusada de atropelar e matar o verdureiro Francisco Lúcio Maia, de 48 anos, publicou um vídeo nas redes sociais alegando ser vítima de injustiça e afirmando que a repercussão do caso se deve à sua profissão e situação financeira.

Na gravação, ela disse também que vai recorrer da decisão judicial que mandou o caso a júri popular.

Na publicação, Letícia disse que não tem visto o que é publicado na mídia sobre o caso e alegou que nunca teve espaço para dar sua versão do que ela define como acidente de trânsito. Os acontecimentos, pela ótica da médica que era quem dirigia o carro que atropelou o verdureiro, foram narrados durante a audiência de instrução processual.

Conforme o processo judicial, o crime aconteceu em 14 de abril de 2018, na avenida Miguel Sutil, no bairro Cidade Verde.

“Eu já falei em juízo, meu processo é público, a audiência foi pública, quem quis assistir assistiu. Então eu não preciso pagar a imprensa para falar o que eu quero falar”, rebateu após afirmar que recebeu proposta para ser entrevistada, mas mediante pagamento.

Letícia argumentou que resolveu gravar o vídeo após muitas pessoas pedirem a ela para se posicionar. “Porque sabem que meu caso é diferente porque eu sou médica, principalmente porque eu sou médica, sou rica, tenho dinheiro. É diferente, a gente é tratado diferente porque existe uma briga, uma guerra de rico e pobre nesse país. Parece que quando pode pegar um rico e botar na cadeia todo mundo vence, todo mundo fica feliz”, definiu. “Só que a gente tem direitos, todo mundo tem direitos e os meus estão sendo tolhidos desde o dia do acidente”, disse.

Quais os indícios?

A médica afirmou que “as coisas não andaram como ‘deveriam andar’ juridicamente”, tanto que resultou no que Leticia chama de injustiça.

“Não existem provas no meu processo que tornem que aconteceu, que foi um acidente, em crime de homicídio doloso. Mas [é] assim [que] eu estou sendo julgada”, criticou. “Fui submetida a pronúncia a júri popular porque existem indícios que falam. Gostaria de saber quais são esses indícios”, questionou.

Durante o vídeo, Letícia argumentou que um acidente pode acontecer a qualquer hora e qualquer pessoa que está no trânsito e reafirmou que voltava de uma festa, reforçando que não ingeriu bebida alcoólica no evento.  Por outro lado, diz que Francisco estava bêbado e caiu em cima do carro que ela conduzia.

Letícia pontuou que laudos que estão no processo indicariam que Francisco estaria embriagado no momento do atropelamento. (Foto: Divulgação / Rede social)

“O senhor Francisco não estava na rua, ele entrou na rua no exato momento que meu carro passou. É, era eu dirigindo. E ele também, provavelmente, não entrou porque quis, né?”, disse. “Caiu em cima do meu carro porque ele estava completamente embriagado e isso foi comprovado, está nos autos. Caiu na hora que eu passei. É um acidente”, completou.

Letícia reforçou que não parou por não ter compreendido que havia atingido uma pessoa. A médica afirma que sofre com o ocorrido, mas que não pode “ficar calada frente a tanta injustiça”.  A ré tem o prazo de 15 dias para recorrer da sentença de pronúncia.

“Dá para questionar decisão de juiz?”, questionou “Dá, né, no meio jurídico. Agora é recorrer, vou continuar lutando pela minha liberdade porque sou inocente, sou uma pessoa idônea, de caráter, que se envolveu em um acidente, como qualquer pessoa pode se envolver a qualquer hora”, se defendeu.

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