Após prestar depoimento ao Ministério Público Estadual na tarde desta quarta-feira (12), o ex-governador e réu confesso Silval Barbosa sugeriu que o atual governador e candidato à reeleição, Pedro Taques (PSDB), colabore com a Justiça no que diz respeito às denúncias envolvendo sua gestão. Silval é condenado por corrupção, delator e cumpre pena em casa.
“Se ele errou, ele que veio do Ministério Público, deveria ter o mesmo comportamento que o meu. Tantas denúncias e possíveis delações que estão fazendo, tantos problemas de prisão. Ele tinha que fazer o mesmo que eu e colaborar com a Justiça, não ficar se escondendo atrás de uma campanha que não existe”, disse o ex-governador.
Silval Barbosa disparou ainda que o tucano passa “o tempo todo” falando nele, pois não tem o que mostrar de sua gestão e insinuou que a propaganda referente aos quilômetros de pavimentação asfáltica que foram implementados pelo governo não é verdadeira.
“Carroça vazia faz muito barulho. Se ele não tem o que mostrar, ele fica falando de mim o tempo todo, o tempo todo. Ele não tem o que comparar. Eu duvido que existem os 2,6 mil quilômetros de asfalto que eles propagam. Pode investigar isso que não procede. Não existe 2,6 mil quilômetros de asfalto no Estado. Então, isso depõe contra qualquer pessoa. Pode mentir aqui na Capital, mas não sustenta no interior. Isso que faz ir perdendo a credibilidade”, declarou.
Na oportunidade, o ex-governador negou que já tenha sido sócio do ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (DEM), candidato ao governo e principal adversário de Taques. Assim como já afirmado pelo democrata, Silval disse que a sociedade havia sido firmada com seu irmão.
“Eu nunca fui sócio do Mauro, meu irmão é que teve participação. Um dos anexos da minha delação fala sobre isso, como trata também do que eu fiz com Pedro, aqueles recursos que eu disponibilizei para ele da JBS. Então, tudo que eu fiz estou prestando contas à Justiça”, pontuou.
Ele também refutou as declarações de que esteja participando da campanha do ex-prefeito. “O que falam aí nas campanhas, que eu sou coordenador de campanha, que tenho participação disso, participação daquilo, eu não autorizo ninguém a falar por mim. Eles podem falar o que quiserem, mas eu estou totalmente fora de campanha”.
O ex-governador prestou depoimento no Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA), em processo que tramita em segredo de justiça.
