O cabo da Polícia Militar (PM) Gerson Correa revelou que o primo do governador Pedro Taques (PSDB), ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques, pediu que as denúncias sobre as escutas clandestinas, conhecidas como Grampolândia Pantaneira, não atingissem o tucano. O militar ainda disse, durante audiência realizada nesta segunda-feira (27), que o dono do esquema era Paulo Taques.
Segundo o cabo, o primo do governador o procurou quando ele foi preso, por conta dos grampos, para oferecer ajuda. “Ele era meu colega de ala no Centro de Custódia e na primeira prosa eu disse que não precisava”.
Quando Gerson e Paulo estiveram presos na mesma unidade prisional, o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), houve uma segunda conversa. Dessa vez, então, mais direta. O policial afirma que Paulo Taques ofereceu ajuda financeira e a contratação de advogados para defendê-lo.
“[Paulo Taques] perguntou por meio de quem poderia me ajudar. Eu disse que minha esposa estava em casa e ele disse que o coronel Siqueira [Airton Siqueira] iria procurá-la. Graças a Deus nunca procurou minha esposa. Nunca falamos em valores”.
Durante a audiência, realizada na 11ª Vara Criminal Militar, Gerson também confirmou seu depoimento prestado em julho deste ano. Ele, no entanto, fez uma ressalva, dizendo que os R$ 24 mil para pagar o aluguel do espaço onde funcionava o escritório montado para a operação de escutas clandestinas foram repassados pelo coronel Lesco.