A Secretaria de Saúde de Cuiabá rompeu o contrato com a empresa Norge Pharma para administração do Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos (CDMIC). A rescisão foi assinada nesta quinta-feira (12), dois meses após novo aditivo de R$ 9,7 milhões.
Em nota divulgada no começo da tarde, a secretaria informa que o rompimento foi decidido “pelo compromisso de zelo e transparência, em termo amigável com a empresa”.
Não foram citadas questões específicas que levaram à rescisão.
A Norge Pharma é o foco da investigação da CPI dos Medicamentos instalada na Câmara dos Vereadores. Já passaram por oitivas o dono da empresa, Dirceu Luis Pedroso Junior, e o representante comercial no setor de licitação, Patric Pablo Lelis Silva.
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Contudo, as revelações mais graves até o momento foram feitas pela ex-secretária de Saúde, Elizeth Lúcia de Araújo.
Há cerca de duas semanas, em depoimento como testemunha, ela disse que interrompeu o fornecimento de medicamento por permuta e proibiu que representantes de empresas visitassem o centro sem agenda e que dessem festas para servidores do município.
Conforme a Secretaria de Saúde, a Norge Pharma terá 20 dias para fazer a transição. A pasta ficará responsável por definir o novo modelo de gestão do CDMIC.
O que diz a Norge Pharma?
Por meio de sua assessoria, a Norge Pharma emitui uma nota sobre o assunto. Leia a íntegra:
“Com intuito de preservar a verdade dos fatos e a transparência, a Norge Pharma vem a público confirmar o distrato do contrato de administração do Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá (CDMIC) com a Secretaria Municipal de Saúde e prefeitura.
Vale ressaltar que desde o início da execução do contrato, a empresa trabalhou para zelar pelo bem público e evitar desperdícios ou má distribuição de medicamentos e insumos, atos comuns praticados pelas gestões anteriores e que geraram todas as denúncias investigadas pela CPI dos Medicamentos.
Por causa da má administração anterior e os graves problemas gerados por ela, a Norge Pharma, empresa com mais de 15 anos de atuação, tem sido acusada injusta e caluniosamente por atos não cometidos por ela.
Neste sentido, a empresa prefere se afastar e comprovar de forma isenta os fatos verdadeiros que vem narrando desde o início das investigações da CPI, tendo entregue, inclusive, fartos documentos comprobatórios de sua atuação desde a entrada no CDMIC – relatórios, auditoria de estoque e outros documentos – à CPI. Os documentos também serão entregues ao Tribunal de Contas e Ministério Público.
Por fim, a Norge Pharma informa que continuará à disposição e colaborando com as investigações para que a verdade dos fato se restabeleça”.
(Atualizada às 16h39)