Judiciário

“Não fui eu. Jamais faria isso”, defende-se madrasta acusada de envenenar a enteada em Cuiabá

Em seu interrogatório, Jaira Gonçalves de Arruda alegou que tinha um bom relacionamento com a menina e que não pode afirmar quem a teria matado

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“Não fui eu. Jamais faria isso”, defende-se madrasta acusada de envenenar a enteada em Cuiabá
Jaira Gonçalves de Arruda foi a última a ser interrogada no primeiro dia de julgamento (Foto: Camila Rondon / TJMT)

“Não fui eu. Jamais faria isso”. Essa foi a resposta de Jaira Gonçalves de Arruda à juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, quando questionada se foi a responsável por envenenar a enteada, Mirella Poliane Chuê, de 11 anos.

A pergunta foi feita a Jaira nesta quinta-feira (9), primeiro dia de julgamento do caso. A ré foi a última a ser ouvida, durante um interrogatório que se estendeu por mais de uma hora.

De acordo com as investigações, Jaira teria envenenado a enteada, em 2019, para ter acesso a uma indenização de R$ 800 mil recebida pela menina. O dinheiro era resultado de uma ação judicial pela morte da mãe de Mirella, durante o parto.

Negativa dos depoimentos

No depoimento, Jaira rebateu a declaração fornecida pela médica Viviane Cabral, que afirmou que a menina não saiu do hospital em cadeira de rodas.

A médica relatou que encontrou Mirella em cadeira de rodas um dia depois da criança ter recebido alta. Viviane Cabral, então, entrou em contato com o colega que atendeu a menina e o médico relatou que deu alta porque ela estava bem.

“Ela já saiu sim em cadeira de rodas lá”, rebateu Jaira.

A promotora Marcelle Rodrigues questionou porque Jaira não ligou para a médica Viviane, quando Mirella passou mal. A acusada alegou que, determinada vez, o hospital onde a profissional atendia negou a internação à criança.

A representante do Ministério Público ainda perguntou a Jaira porque todos os médicos ouvidos no processo narravam o mesmo quadro clínico para a menina: vômitos, diarreia, entre outros sintomas.

Os profissionais ainda indicavam o mesmo comportamento da madrasta, de vigilância. Inclusive, reafirmaram que a menina chegou morta ao hospital.

“Ela não chegou morta. Não sei do que eles estão querendo se livrar”, disse Jaira.

Segregada

Em seu depoimento, Jaira voltou a negar a autoria do crime e disse que não pode indicar quem seria o responsável pelo envenenamento da criança. “Não posso afirmar quem fez, não quero que passem pelo que eu estou passando”, argumentou.

A promotora, então, buscou um relato de Jaira informando que tem medo de morrer no presídio. Rodrigues perguntou se existe uma regra na unidade prisional para as reeducandas praticar algum ato em desfavor daquelas mulheres que atentaram contra crianças.

“A gente não tem convívio com o raio, lá no ‘seguro’ é só crime bárbaro”, relatou sobre a ala onde está presa.

O julgamento será finalizado nesta sexta-feira (10).

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