Mato Grosso

Mauro Mendes e Emanuel Pinheiro iniciam ano eleitoral com embate acirrado

Gestores confrontam posição sobre reabertura do Centro de Triagem, mudança no ICMS, e abrem cabo de guerra em torno de alianças

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Mauro Mendes e Emanuel Pinheiro iniciam ano eleitoral com embate acirrado
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre

A relação entre o governador Mauro Mendes (DEM) e o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), iniciou 2022 em tom esquentado. Os gestores já confrontam um ao outro em dois temas que surgiram este ano, e em outros voltados para o processo eleitoral. 

O debate mais quente ocorre em torno da reabertura do Centro de Triagem, na Arena Pantanal, por causa do aumento de contágios diários pela variante ômicron do novo coronavírus e pelo surto da gripe H3N2. 

Reabertura do Centro de Triagem

Emanuel Pinheiro disse que seria “prudente” o governo considerar a retomada dos atendimentos da central, concentrada no diagnóstico e tratamento dos casos leves da covid-19.  

“Entendo ser o momento adequado para novamente abrir o Centro de Triagem, em parceria, somar esforços para combater a pandemia e estes surtos”, disse. 

O posto foi fechado em meados de outubro, após 15 meses de funcionamento. A reação do governador Mauro Mendes apareceu com questionamento da obrigação da Prefeitura de Cuiabá de fornecer os serviços.  

“As pessoas não iam mais nos centros de saúde porque iam no Centro de Triagem. Em Cuiabá, nos postinhos, não tinha médico, nem remédio e nem teste. Mas é responsabilidade do prefeito. Outras cidades se prepararam, e agora ele fala que acha estranho a gente ter fechado?”, disse. 

Alteração fiscal 

Outro assunto surgiu em uma live na terça-feira (11): Emanuel contestou o Projeto de Lei Complementar enviado pelo governo para a Assembleia Legislativa com a proposta de alterar o modelo de distribuição do ICMS aos municípios. 

Emanuel Pinheiro disse que Cuiabá perderá cerca de R$ 110 milhões em receita se a alteração for aprovada.  

“A cota do ICMS para os municípios é a maior receita de quaisquer municípios do país, eles vivem, respiram, graças a cota parte do ICMS. É um dinheiro sagrado para o município, ao qual não pode viver sem ele”, afirmou. 

A ideia do governo é ratear o imposto de acordo com desempenho dos municípios na prestação de serviços essenciais. Aqueles com melhores resultados receberiam volumes maiores de dinheiro e o inverso também valeria para os municípios com resultados piores. 

Comparação de contratações 

Ainda nesta semana, Emanuel Pinheiro comparou o edital de contratação simplificada, lançado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), ao caso policial em ele que investigado por crime de improbidade administrativa. 

Segundo o prefeito, a intenção de governo de contratar cerca de 2,9 mil pessoas por tempo determinado é semelhante à contratação que ele aprovou para Secretaria de Saúde do município, incluindo indicações políticas, no modelo temporário. 

“Isso não pode ser caracterizado como canhão político, mesmo sendo ele candidato. Respeitando as leis, estando dentro das normas, se ele vai fazer um seletivo, é o caminho correto que a lei permite”, afirmou.

Cabo de guerra das alianças 

Emanuel Pinheiro também questionou o apoio de seu partido, MDB, à candidatura do deputado federal Neri Geller (PP) ao Senado. Segundo ele, a escolha do MDB, já anunciada pelo presidente estadual Carlos Bezerra, ainda não está definida. 

“Sou 100 mil vezes Wellington [Fagundes, senador candidato à reeleição]. Sem nenhum demérito ao Neri, eu gosto dele, é um grande debutado federal, mas o Wellington é um político preparado”, afirmou. 

Neri Geller (PP) faz parte da base de apoio ao governo de Mauro Mendes, assim como MDB. O deputado já anunciou que o projeto de aliança em Mato Grosso será apoiar Mendes na eventual campanha de reeleição. 

O MDB, ainda não se manifestou sobre o assunto diz que, teoricamente, a decisão fica em aberto até o fim deste semestre. Contudo, afirma que não existe motivo para romper a aliança com DEM, afirmada em 2018. 

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