Sete meses depois da Operação Rêmora, ao ver o cerco se fechar, o empresário Alan Ayoub Malouf procurou o Ministério Público Estadual (MPE) oferecendo um acordo de delação premiada. À época, em dezembro de 2016, ele não teve sucesso. Foi preso na semana seguinte e passou 10 dias na cadeia, acusado de liderar um esquema para desviar recursos de obras de escolas estaduais em Mato Grosso.
As negociações se estenderam por mais de um ano, até a colaboração ser homologada, em abril de 2018. O sigilo da delação foi retirado em 19 de outubro e revelou, ao longo de 20 anexos, diversos esquemas que teriam alimentado caixa dois na campanha de Pedro Taques (PSDB) em 2014.
No início, a Operação Rêmora desmantelou um esquema de fraudes em licitações de obras de escolas em Mato Grosso, montado na gestão de Permínio Pinto (PSDB) como secretário de Estado de Educação (Seduc), no primeiro ano do governo Taques. A delação de Malouf foi além e trouxe conexões com a Operação Sodoma, que investiga diversas fraudes ocorridas na gestão anterior, do ex-governador Silval Barbosa (ex-MDB).
Confira a cobertura completa:
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