Judiciário

Pedro Taques e Silval conversaram sozinhos em churrasqueira, diz Malouf

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Pedro Taques e Silval conversaram sozinhos em churrasqueira, diz Malouf
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Em sua delação premiada, o empresário Alan Malouf relatou um encontro em sua casa entre o então candidato Pedro Taques (PSDB) e o então governador Silval Barbosa (ex-MDB), em agosto de 2014. Segundo Malouf, a reunião foi agendada para tentar viabilizar apoio de R$ 10 milhões de Silval à campanha de Taques. À época, Silval apoiava a candidatura de Lúdio Cabral (PT) ao governo. Também estavam presentes Pedro Nadaf e o empresário Erivelton Gasques, dono da City Lar.

Alan Malouf disse que, na ocasião, Silval e Pedro Taques tiveram uma conversa reservada na churrasqueira, por 30 a 40 minutos, enquanto os outros aguardavam do lado de fora, próximos da piscina. “Ao final da reunião, Pedro Taques informou ao peticionante e a Erivelton Gasques que a pauta debatida estava acordada entre as duas partes”.

Dias depois, Erivelton e Marcelo Maluf foram à Casa Civil cobrar de Nadaf que cumprisse o acordo de Taques e Silval. Porém, Nadaf discordou do valor negociado entre o governo e o candidato e informou que era possível cumprir com pelo menos R$ 5 milhões. Como Nadaf não deu resposta, eles acabaram desistindo de cobrar a promessa. Malouf não soube informar se houve recebimento decorrente da reunião entre Taques e Silval.

Delação de Malouf

A delação tem 20 anexos que relatam um esquema que teria alimentado caixa dois na campanha de Pedro Taques em 2014. Alan Malouf ofereceu acordo de delação premiada, em dezembro de 2016, na Operação Rêmora.

A operação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) em maio de 2016, e desmantelou um esquema de fraudes em licitações de obras de escolas em Mato Grosso. O esquema foi montado na gestão de Permínio Pinto (PSDB) como secretário de Estado de Educação (Seduc), no primeiro ano do governo Taques.

A delação foi homologada em abril pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e o sigilo foi retirado nesta sexta-feira (19) pelo ministro Marco Aurélio Mello.

Outro lado

Em nota, o governador Pedro Taques negou que tenha havido “caixa 2” na campanha eleitoral de 2014, ou que tenha autorizado vantagens indevidas a qualquer empresa durante o exercício do mandato.

“Apesar de citado por delator em acordo de delação premiada, Taques não é réu no processo da chamada ‘operação Rêmora’ e terá direito a ampla defesa nos autos. O governador já constituiu advogados para atuar no processo e garantir que a verdade prevaleça”, diz a nota.

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