Um grupo de supostos amigos do governador Pedro Taques (PSDB), chamados na delação do empresário Alan Malouf de “empresários simpatizantes”, teria pago R$ 7 milhões para a campanha do atual mandatário do estado sem declarar – o que é conhecido como “Caixa 2”. Esses valores, segundo o delator, foram usados para quitar os restos a pagar da campanha bem-sucedida ao governo do estado em 2014.
Segundo Malouf, ele e outros cinco amigos – Marcelo Maluf, Juliano Bortoloto, Fernando Minosso, Erivelton Gasques e Júlio Modesto – foram responsáveis pelo pagamento das dívidas de campanha.
Eles teriam tomado conhecimento do valor, de R$ 7 milhões, durante reunião realizada em dezembro de 2014, ocasião na qual Modesto teria detalhado o saldo devedor em uma planilha.
“Modesto participou desta reunião, pois foi ele quem efetivamente coordenou a questão financeira e contábil da campanha, incluindo pagamentos oficiais e os ‘por fora’. Foi Júlio o responsável pela confecção das planilhas”, disse.
Júlio Modesto participou da campanha de Pedro Taques a convite de Malouf, pois, segundo ele, seus investimentos no Rio Grande do Sul não haviam dado certo. “Era ele quem recebia os recursos e efetuava os pagamentos… Inclusive, sabe de mais doações que foram realizadas e que Malouf desconhece, como por exemplo, os casos de doadores do agronegócio”.
O delator afirma que não tinha acesso a estes doadores, que geralmente tratavam com Eraí Maggi, primo do ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
Durante a reunião, Taques teria manifestado a preocupação em quitar os débitos de campanha e acordou com os simpatizantes o pagamento dos restos a pagar. Tais valores seriam pagos a título de empréstimo a favor de Pedro Taques, com juros fixados a 1,5% ao mês.
Os pagamentos de Caixa 2, em sua maioria, ocorreram no final da campanha. Malouf acredita que o grupo aportou cerca de R$ 7 milhões por fora na campanha do governador tucano. Os números seriam aproximados.
“Somente Júlio Modesto é que saberá exatamente os recursos que efetivamente entraram na campanha, bem como terá o número de exato de contas que foram pagas e fornecedores”, afirmou. O delator alegou ter pago R$ 2,5 milhões de Caixa 2, quanto aos demais empresários, os valores aportados seriam os da planilha abaixo, “podendo existir valores que não se encontram na planilha e não é de conhecimento do peticionante”, disse.