A pandemia de covid-19 despertou em funcionários e empresários a preocupação com a manutenção dos empregos e das equipes. Passados quase sete meses do início das medidas mais restritivas de circulação, o comércio parece começar a respirar.
Em maio, os pedidos de seguro-desemprego tiveram alta de quase 50%, quando comparados com o mesmo período de 2019. No ano passado, 5.666 pessoas se viram desempregadas e recorreram ao benefício para o sustento. Neste ano, foram 8.492. Os dados são do Ministério do Trabalho.
Mas o período de maus bocados parece ter passado.
Uma pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL) revelou que quase 80% dos empresários não consideram mais demitir as equipes. Em agosto, 140 empresários da região central e bairros da Capital foram entrevistados.
O levantamento incluiu estabelecimentos do setor de serviços e de comércio.
A tendência é ver esse número subir nos próximos meses, principalmente com a melhora gradativa, avalia a CDL.
Os bons ventos consideram, por exemplo, a possibilidade de entrada no mercado digital. Cerca de 76% dos empresários entrevistados pensam em atuar nas vendas on-line, o que antes parecia uma realidade distante para muito deles.
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Isso não quer dizer que a crise causada pela pandemia não afetou os estabelecimentos. Pelo menos 51% dos empresários entrevistados procuraram ajuda dos programas do governo federal, entre eles redução de salários e de carga horária.
O medo também ainda é presente na rotina dos empresários: 19% têm medo dos impactos da crise, inclusive de falir.
Pesquisa e resultado
O objetivo da pesquisa, segundo a CDL, é entender os impactos da pandemia no atual cenário de Cuiabá, após o retorno das atividades econômicas.
“Esses dados são importantes para acompanharmos as mudanças de comportamentos frente a pandemia. São diversas informações que ajudam em tomadas de decisões”, explica o Superintendente da CDL Cuiabá, Fábio Granja.
A ideia é que os dados também sejam usados por gestores públicos pra o desenvolvimento de política e ações que fomentem o setor. As linhas de crédito são uma dessas saídas.
“As perspectivas são de melhora, porém, o sinal ainda é de alerta, as empresas estão com dificuldades financeiras, precisando muito de linhas de crédito para manter os empregos e reduzir o medo de falência”, finaliza.