Depois de dois dias, terminou na noite desta quinta-feira (7) o julgamento de militares acusados de envolvimento no caso conhecido como Grampolândia Pantaneira.
O juiz da 11ª Vara Militar, Marcos Faleiros, em conjunto com quatro coronéis da reserva que formaram o Conselho Militar, condenou o coronel Zaqueu Barbosa ao regime semiaberto, por oito anos.
Zaqueu foi sentenciado por agir sem comando, falsificação de documento público e falsidade ideológica (art. 169, 311 e 312 do Código Penal Militar), com continuidade delitiva. O juízo também pediu que ele perca a patente de coronel. O caso vai ser analisado pelo Tribunal de Justiça e cabe recurso.
Já os coronéis Evandro Lesco e Ronelson Jorge de Barros e o tenente-coronel Januário Batista foram absolvidos. O primeiro, pela maioria dos votos, enquanto os outros dois foram por unanimidade.
O cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Junior, que passou por três interrogatórios na Justiça, teve o perdão judicial concedido.
Os cinco militares respondiam por ação militar ilícita, falsificação de documentos, falsidade ideológica e prevaricação.
Depois de mais de 16 horas de julgamento, com réplicas e tréplicas de acusação e defesas, a sentença foi enfim proferida.
Delação
Pelas informações levadas à Justiça, o juiz Marcos Faleiros concedeu o benefício de delação unilateral aos coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco e ao cabo Gerson.
Sobre a possibilidade de aplicar os benefícios de colaboração unilateral aos militares, requerida pelas defesas, o juiz considerou válido.
“O réu Gerson foi o primeiro a colaborar com a Justiça”, destacou Faleiros. “Verifica-se que o acusado Gerson faz jus ao benefício de perdão judicial”, completou.
O juiz considerou que o coronel Zaqueu também mereceu os benefícios da delação premiada. Contudo, ele teve apenas a redução da pena, já que ele era o comandante da tropa e não revelou tudo o que sabia.