Judiciário

Desembargadora revela carta anônima sobre processo: “estariam me vendendo pelas costas”

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Desembargadora revela carta anônima sobre processo: “estariam me vendendo pelas costas”
(Foto: Divulgação/TJMT)

A desembargadora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Clarice Claudino da Silva, revelou ter passado por uma situação que a deixou “chateada e chocada”. Segundo informou, ela recebeu uma carta anônima que denunciava que ela estaria “sendo vendida por advogados”.

A revelação foi feita no início da sessão da Primeira Câmara do Direito Privado do TJMT, de terça-feira (30). Conforme a desembargadora, essa foi a primeira vez, em 31 anos de carreira, que ela se deparou com a situação.

Ao LIVRE, a magistrada ponderou ter falado sobre o assunto na sessão para que o caso ficasse registrado na ata de julgamento, considerando tratar-se de um processo “complicado”.

“Todo mundo que me conhece sabe que eu não estou à venda. Eu fiquei bastante chateada e chocada, porque nunca me aconteceu isso. A denúncia é a de que estariam ‘me vendendo pelas costas’, que é uma expressão muito utilizada no meio jurídico”, comentou a desembargadora.

Para Clarice, a atitude seria uma forma de intimidação, para que ela se declarasse suspeita e deixasse o julgamento. O caso aconteceu em um recurso de agravo de instrumento, envolvendo a reintegração de posse de uma fazenda no interior de Mato Grosso.

“É um processo que tem muita complexidade, muito tempo tentando cumprir essa sentença que não se cumpre. São terras que tentam devolver para os antigos possuidores e sempre tem um entrave de última hora”, explicou a magistrada.

Ainda conforme Clarice, outros julgadores já foram afastados do processo, sendo que um deles chegou a ser representado no Conselho Nacional de Justiça.

Apesar da tentativa, a magistrada disse se sentir “à vontade e convicta” se seu dever funcional, não pediu sua substituição no processo e fez um voto extenso, de mais de 60 páginas, detalhando todos os pontos de seu julgamento.

Agora, segundo informou ao LIVRE, o caso é apurado pelo presidente do TJMT, desembargador Carlos Alberto da Rocha. Se o autor da carta for identificado e apresentar mais informações sobre a denúncia, uma investigação no âmbito policial poderá ser instalada.

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