A empresária Janaina de Sá, que era namorada de Alexandre Miyagawa, afirmou que não viu o companheiro pegar a arma momentos antes do homem ser morto pelo, agora, ex-vereador Tenente coronel Marcos Paccola (Republicanos).
A mulher negou que estivesse discutindo com o namorado ou que estaria em risco de morte, como sustenta a versão do réu no processo e disse que não pediu a Alexandre para sacar a arma.
As declarações de Janaina foram feitas nesta segunda-feira (31), durante a audiência de instrução processual. Em seu depoimento prestado de maneira online, a mulher pediu que Paccola não ficasse na sala.
Sobre o dia do crime, 1º de julho deste ano, Janaina relatou que ela e o namorado estavam indo para um restaurante, no bairro Quilombo, e era ela quem dirigia o carro pouco antes da confusão. A mulher admitiu ter entrado na contramão e que parou o veículo para ir ao banheiro e para comprar uma água na distribuidora. A empresária negou que o casal estava discutindo.
“Ele ouviu alguém falando algo por eu ter ido na contramão. É uma pessoa que eu conheço, lá do bairro, que vende drogas e me ofendeu dizendo que ‘só poderia ser mulher, é madame’, e eu discuti com essa pessoa”, contou.
Segundo Janaina, Alexandre foi atrás dela, pedindo para voltar ao carro, mas ela teria empurrado ele e pedido para retornar ao automóvel. Nesse momento teria começado uma discussão generalizada e negou que estivesse armada ou sob efeitos de outras substâncias entorpecentes.
“Eu virei de costas e fui para o carro. Então, só ouvi dois tiros e olhei. Não vi Alexandre tirando a arma, fiquei tão surpresa, tão chocada”, disse. “Alexandre não queria me matar não, ele fez um empoderamento para parar a situação ali, mas as pessoas deram a informação errada para o Paccola. Eu não sei o que ele ouviu e, então, foi lá e fez o que fez”, definiu a empresária sobre os disparos efetuados pelo ex-vereador.
Janaina contou que Alexandre já tinha feito o saque da arma em outros momentos. A primeira foi durante um almoço na casa da amigos e a outra, em Chapada dos Guimarães (67 km de Cuiabá). As imagens desse evento, inclusive, circularam na internet dias após a morte do agente do socioeducativo.