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Taques exonera sargento que relatou escritório de grampos

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Taques exonera sargento que relatou escritório de grampos

O governador Pedro Taques (PSDB) exonerou a sargento Andrea Pereira de Moura Cardoso da Casa Militar de Mato Grosso. Ela perdeu o cargo nível DGA-10 de agente de proteção de dignatarios. A exoneração foi publicada no Diário Oficial que circula nesta terça-feira, 13, e é retroativa ao dia 30 de maio. Ela está entre os policiais militares que tiveram acesso a interceptações telefônicas no âmbito da Polícia Militar (PM). O Gabinete de Comunicação afirmou que a exoneração foi a pedido da policial, mas isso não consta na publicação.

Em depoimento à Corregedoria-Geral da PM, Andrea afirmou que existia um escritório de grampos no Edifício Master Center, montado a partir de articulações dos coronéis Airton Benedito de Siqueira Junior e Zaqueu Barbosa. Andrea afirmou que sempre acreditou que as escutas eram legais.
Siqueira é atualmente secretário de Justiça e Direitos Humanos, enquanto Zaqueu foi comandante-geral da Polícia Militar em Mato Grosso.

O ex-comandante está preso desde o dia 23 de maio no Batalhão de Operações Especiais (Bope), acusado do comandar o esquema de grampos ilegais dentro da PM.

Além de Zaqueu, o cabo Gérson Luiz Ferreira Correa Júnior também está preso, no batalhão da Ronda Ostensiva Tático Metropolitana (Rotam), apontado como responsável por assinar os pedidos de escutas telefônicas ilegais e por produzir os relatórios de inteligência a partir dos grampos.

Barriga de aluguel
Os promotores de Justiça Mauro Zaque e Fábio Galindo denunciaram o esquema de escutas ilegais quando comandavam a pasta de Segurança Pública (Sesp), em 2015. Zaque afirmou que o governador tinha conhecimento do caso. Pedro Taques, por sua vez, tachou a denúncia verbal que Zaque havia feito a ele de “fofoca”.

Os grampos ilegais foram feitos por meio de uma tática conhecida como “barriga de aluguel”, em que telefones de pessoas que não têm relação com o processo são incluídos nos pedidos de quebra de sigilo.

Desse modo, um processo que trata de tráfico de drogas foi usado para quebrar ilegalmente o sigilo de um celular do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), da deputada estadual Janaina Riva (PMDB), dos jornalistas José Marcondes “Muvuca” e Larissa Malheiros, do advogado José do Patrocínio, além de médicos, empresários e outras pessoas.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga o caso, e analisa se há participação do governador. Também foram abertos um Inquérito Policial Militar (IPM), que analisa a participação de policiais militares no caso, além de investigações internas no Tribunal de Justiça.

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