Seu cão pode ajudar a salvar vidas; saiba como

Se o seu cachorro tem mais de 25kg, é saudável e não está em algum período da gestação, ele está apto para ajudar a salvar a vida de outros animais como ele. O Hospital Veterinário da Universidade Federal te Mato Grosso (UFMT) está de portas aberta e te convida a torná-lo um doador de sangue.

Campanhas para doadores humanos estão sempre em todos os meios de comunicação, mas quantas vezes você ouviu falar de cães doares de sangue? Por essa divulgação não ser feita, a Hovet tem dificuldades em encontrá-los.

A médica veterinária Mariana Elisa Pereira trabalha no Hospital Veterinário da UFMT (Hovet) e contou ao LIVRE a importância de seu cão ser doador.

“Através da doação de sangue a gente consegue melhorar o sangue do cão que está recebendo a transfusão. Às vezes está muito anêmico, ou os níveis de plaquetas estão muito baixos, ou passará por uma cirurgia… Muitas vezes a gente consegue salvar a vida desses cães que estão mal de saúde”, disse a veterinária.

Algumas doenças graves, como a do carrapato, comum em nossa região, fazem com que o cão precise de uma transfusão de sangue, porém não é fácil encontrar cães doadores.

“Infelizmente não são muitos donos que trazem os cães. E não são tantos que se comprometem, tem alguns que trazem sim quando a gente liga, mas infelizmente não é o suficiente para a demanda que a gente tem aqui”, contou Mariana.

Ela disse que o intervalo para doação do mesmo cão é de três meses e que isso é um empecilho para o Hovet, visto que eles possuem um número reduzido de cães doares fixos.

A maioria do sangue utilizado no Hospital Veterinário da UFMT vem de doação, mas quando o cachorro precisa e não há bolsas no estoque, o dono é obrigado a comprar de clínicas particulares que as vendem.

Além da dificuldade de encontrar um possível doador, cachorros, assim como os humanos, tem tipo sanguíneo, inclusive o mais comum é o DEA 1.1.

“Mas a gente tem teste de compatibilidade, temos algumas ferramentas para evitar ao máximo que tenha a reação transfusional”, disse a médica.

As regras para que o cachorro se torne doador são bem simples, ele precisa ser saudável, pesar mais de 25kg e, se for fêmea, não pode estar gestante, nem no cio, nem amamentando. A preferência, segundo Mariana, é que o cão nunca tenha recebido uma transfusão sanguínea e que as fêmeas nunca tenham ficado gestantes.

Ao chegar na Hovet para fazer a doação, o cão passa por um exame clínico, onde são analisados o batimento cardíaco, a mucosa e a hidratação do corpo. Depois ele passa por um exame de sangue e aí, se estiver tudo certo, ele pode doar.

Esses exames são feitos gratuitamente nos cães doadores. Ou seja, já é uma forma de saber se está tudo em dia com a saúde do seu amigo de quatro patas.

Feita a doação, o sangue pode ficar armazenado – de forma correta – por até 30 dias. Mas o ideal é que a transfusão seja feita com o sangue fresco.

Nessa quarta-feira (1) três cães do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso foram até o Hospital Veterinário da UFMT fazer a doação. Eles fazer parte da turma que vem sendo treinada para salvamentos desde o dia 16 de outubro.

Infelizmente, talvez por conta do stress do treinamento, nenhum deles puderam doar dessa vez, mas assim que possível Quiara, Brad e Bolt voltarão à Hovet para essa nobre missão.

E a veterinária Mariana Elisa Pereira reforçou o convite para os demais donos de cães da Grande Cuiabá, visto que sempre tem muitos cães precisando de doações.

“É interessante que as pessoas se conscientizem da importância que é a doação sanguínea, a gente salva a vida de muitos cães através dela. Inclusive gatos também podem ser doadores. A gente está sempre aqui, disposto a fazer o exame físico do animal e o hemograma, que é gratuito quando o animal será doador. Porque mesmo que não tenha um cão precisando no momento, sempre terá algum precisando depois”, disse.