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Seis mil anos e um dia mundial para chamar de seu; conheça a história do pão

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Seis mil anos e um dia mundial para chamar de seu; conheça a história do pão
Em 2018, o Brasil tinha 70.523 padarias (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Mais de 70,5 mil padarias. Esse é o número de empresas desse ramo que existem no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip).

Um negócio que, também conforme a associação, é “de família”. Cerca de 95% delas são micro e pequenas empresas tocadas por pessoas que possuem algum parentesco.

A primeira delas pode ter surgido no Rio de Janeiro. Ou em São Vicente, no litoral paulista. Mas há poucos registros sobre isso. Sendo assim, a padaria que ficou conhecida como a mais antiga do Brasil é a Santa Tereza, localizada na região da Praça da Sé, em São Paulo.

A Santa Tereza foi fundada em 1872. E de acordo com Augusto Cezar de Almeida, editor da revista Panificação Brasileira, não era só pão que se fazia por lá.

“As padarias, no passado, eram consideradas indústrias na cidade. Elas fabricavam biscoito, bolachas, vários produtos que eram vendidos para outras regiões próximas. Tinham capacidade industrial e empregavam muitas pessoas. Depois surgiram as indústrias de biscoito e massas. Tem muitas histórias de grandes indústrias hoje no mercado brasileiro que surgiram de padarias”, conta o historiador.

Padaria Santa Tereza, a mais antiga de São Paulo, localizada na praça Doutor João Mendes. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Seis mil anos de idade

Considerado um dos alimentos mais tradicionais em todo o mundo, o pão ganhou um Dia Mundial para chamar de seu no ano 2000. A data, celebrada nesta quarta-feira (16), surgiu em Nova York, pela União dos Padeiros e Confeiteiros.

A história do pão é antiga. Ele teria surgido há mais de 6 mil anos, quando os egípcios descobriram a fermentação do trigo.

Lá era considerado um alimento básico e um símbolo de poder. Os pães preparados com trigo de qualidade superior eram destinados apenas aos ricos.

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“É importante lembrar da importância que o pão tem para a humanidade. Desde os primórdios, os grãos eram consumidos de forma bruta, comidos crus. Posteriormente, alguns historiadores falam que, por acidente, os pães – que eram formados numa pasta mascada na boca, pasta essa feita de mingau – caíram em cima de uma pedra quente, em uma fogueira e, a partir dali, se gerou uma massa assada”, conta o especialista.

No passado, as padarias eram verdadeiras indústrias nas cidades (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

A chegada no Brasil

O produto chegou ao Brasil por meio dos portugueses. E o documento que registra isso é justamente a carta de Pero Vaz de Caminha. Nela, é narrado que o alimento, provavelmente já duro devido a longa viagem, foi dado para que os índios provassem.

“E a reação dos índios não foi lá muito favorável porque eles não estavam habituados a consumir aquele tipo de produto”.

O hábito só começou a crescer no país depois que o militar português Martim Afonso de Souza (1490-1570) trouxe sementes de trigo para serem cultivadas.

“Ele também era governador da Índia, muito próxima das regiões árabes, e trouxe sementes de trigo para o Brasil”, diz Almeida.

Pão francês

O pão francês é o mais consumido pelos brasileiros (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Branco, com um miolo úmido, revestido por uma casca fina, dourada e levemente crocante, o pão francês é o mais consumido pelos brasileiros. Segundo a Abip, corresponde a 45% do total de produtos comercializado nas padarias do país.

No entanto, ele vem perdendo espaço para a imensa variedade de pães que existem hoje.

“Não porque está deixando de ser consumido, mas porque outros tipos de pães estão crescendo no consumo como os integrais ou com cereais”.

Conforme Almeida, o nome também é da época da Família Real no Brasil e, ao contrário do que se pensa, na França, ele é bem diferente.

“As características não eram tão iguais assim. Se procurar o pão francês como temos no Brasil, na França, não vamos encontrar”, diz o especialista.

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