Professores são figuras centrais e insubstituíveis do processo de ensino-aprendizagem. Mas com a interrupção das aulas presenciais, precisaram aprender a lidar com ferramentas e tecnologias com as quais, em geral, não estavam habituados.
E uma pesquisa revelou que, no Brasil, os profissionais não tiveram suporte e capacitação durante a migração para o meio digital, dada a urgência da situação.
Um levantamento nacional feito pelos Tribunais de Contas dos Estados revelou a falta assistência aos professores.
Quando há, segundo as respostas aos questionários, o suporte é “elementar, incipiente e focado, principalmente, no esclarecimento de dúvidas via WhatsApp, redes sociais ou envio de documentos orientativos”.
Os dados colhidos pelo estudo vão de encontro com outra pesquisa feita no país. Entre abril e maio, o Instituto Península ouviu 7.734 professores e professoras. A maioria deles (55%) disse que não recebeu nenhum suporte ou capacitação para ensinar fora do ambiente físico da escola.
No total, 83% se dizem “pouco ou nada” preparados para o ensino virtual. Além disso, 75% dizem que gostariam, sim, de receber apoio e treinamento neste sentido.
Quanto à existência de capacitação para o desenvolvimento das atividades à distância, a maioria das redes não está oferecendo qualquer formação.
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No caso das redes estaduais, dentre as 17 analisadas, 14 responderam que estão oferecendo formação aos educadores a fim de capacitá-los para a elaboração e condução de atividades pedagógicas não presenciais.
Em Mato Grosso, não é diferente. No conjunto de escolas municipais e estaduais, 58,3% responderam não estar ocorrendo formações para os profissionais desenvolverem atividades à distância.
Para o TCE-MT, o papel do professor é crucial no momento da educação que vivemos. “É ele o responsável, em grande parte das vezes, se não em todas elas, por motivar os estudantes. Assim, como já explanado, é primordial que os professores tenham suporte e recebam formação para que consigam desempenhar suas funções apropriadamente”.