A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Mendes, concedeu decisão que dispensa a obrigatoriedade de três homens acusados de integrar a organização criminosa “Comando Vermelho” de serem monitorados por tornozeleira eletrônica. A decisão foi publicada nessa sexta-feira (2) no Diário da Justiça.
Os favorecidos com a decisão são Soilir Lemes do Nascimento, Roniclei Araújo da Silva e Armando César dos Santos Lemes.
Os três estavam presos preventivamente desde agosto de 2018 em decorrência da Operação Red Money deflagrada pela Polícia Civil.
Sem o monitoramento da tornozeleira eletrônica, o trio deverá comparecer em juízo todas as vezes que forem intimados e estão proibidos de sair de Cuiabá por prazo superior a 10 dias sem prévia comunicação à Justiça. O eventual descumprimento das medidas cautelares poderá motivar uma nova prisão preventiva.
A magistrada acolheu a tese da defesa de que não há riscos à instrução processual, o que permite a dispensa à necessidade de monitoramento eletrônico dos réus.
A investigação da Operação Red Money desmontou um esquema de arrecadação de dinheiro desenvolvido pela facção Comando Vermelho. O dinheiro tinha origem em pagamento de mensalidade de faccionados e traficantes e taxas de falsa segurança em comércios.
Outra fonte de renda teria vindo de crimes ordenados de dentro dos presídios como roubos e furtos de veículo e agências bancárias, tráfico de drogas e estelionato, entre outros.
No período de um ano e meio da investigação, entre entradas e saídas de 44 contas, foram identificados movimentação de aproximadamente R$ 52 milhões.
A operação “Red Money” mobilizou 520 policiais civis (98 delegados, 350 investigadores, 102 escrivães) para o cumprimento de mais de 230 ordens judiciais.