Um grupo de venezuelanos da etnia Warao vive em situação de vulnerabilidade em Cuiabá e enfrenta desafios como a fome, insegurança, desemprego, xenofobia e a busca de moradia. Entre as formas de sobrevivência desse grupo de 200 Warao, estão os pedidos de ajuda nos semáforos, venda de artesanato e atuação de grupos de voluntários.
Dessas famílias, as crianças são as que mais sofrem com a falta de comida e abrigo. No dia 29 de junho deste ano, uma menina Warao de 1 ano e 5 meses morreu, no bairro Jardim Passaredo, na Capital.
Mudança dos Warao
A vinda dos Warao para Cuiabá se intensificou em 2020, após uma série de viagens desde o pais de origem. Em Cuiabá, se instalaram em lugares diversos, vivem de ajudas voluntárias e buscam o apoio dos poderes públicos para se estabelecerem com dignidade.
A maior parte dos indígenas Warao vive na região do Coxipó, em um espaço emprestado e provisório. Os que moram no bairro São José somam 150 pessoas, sendo 50 crianças pequenas. Outro grupo familiar vive no bairro Jardim Passaredo, são 50 pessoas, sendo 15 crianças.
Mais uma criança
No último dia 29 junho, uma menina no grupo Warao, de 1 ano e 5 meses, morreu após sofrer com diarreia e vômitos frequentes. Os pais a levaram para o hospital, mas já estava sem vida.
Conforme o professor de Antropologia da Universidade Federal de Mato Grosso, Aloir Pacini, esta já é a terceira criança Warao que perdeu a vida em Cuiabá por falta de condições dignas de vida.
As outras duas mortes ocorreram em 2022, quando as famílias viviam no bairro Tijucal.
Luta por abrigo
O grupo de voluntários, que atua em defesa dos indígenas Warao, luta para conquistar um espaço para que estes migrantes vivam em comunidade indígenas, pratiquem sua cultura com segurança e possam se organizar para sobreviver em Cuiabá.
Entre os espaços estão os prédios públicos, que podem acolher os Warao para moradia, formação escolar e subsistência em aldeia.
Os voluntários defendem que, para que esta vida em comunidade ocorra, é necessária a atuação dos poderes públicos, que, além da disponibilidade de espaço, precisariam dar condições de vida segura e dignas para estes indígenas.
Conforme a professora Marcela Brito, um grupo pequeno de crianças frequenta a escola. Entre os motivos está o pouco domínio da língua portuguesa, uma vez que o idioma do grupo é Warao, e somente alguns falam razoavelmente o espanhol e português.
Outros motivos são a insegurança e a falta de moradia. Além de lidarem diariamente com o preconceito e lutarem contra a fome e a falta de acesso aos serviços públicos.
Campanha de Arrecadação
Caso alguém queira ajudar o grupo venezuelano, pode entrar em contato com Marcela Brito pelo número 65 99642-4976, ou fazer uma doação direta via pix no mesmo número (65 996424976), cuja arrecadação será utilizada para a compra de leite e comida paras as crianças Warao que vivem em Cuiabá.
(Com Assessoria)