Cuiabá

Indígenas venezuelanos Warao vivem em situação de vulnerabilidade em Cuiabá

As crianças são as maiores vítimas da fome e falta de abrigo; 3 já morreram entre 2022 e 2023 por falta de condições dignas de vida

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Indígenas venezuelanos Warao vivem em situação de vulnerabilidade em Cuiabá
(Foto: Marcela Cristiane Ribeiro Brito / Assessoria)

Um grupo de venezuelanos da etnia Warao vive em situação de vulnerabilidade em Cuiabá e enfrenta desafios como a fome, insegurança, desemprego, xenofobia e a busca de moradia. Entre as formas de sobrevivência desse grupo de 200 Warao, estão os pedidos de ajuda nos semáforos, venda de artesanato e atuação de grupos de voluntários.

Dessas famílias, as crianças são as que mais sofrem com a falta de comida e abrigo. No dia 29 de junho deste ano, uma menina Warao de 1 ano e 5 meses morreu, no bairro Jardim Passaredo, na Capital.

Mudança dos Warao

A vinda dos Warao para Cuiabá se intensificou em 2020, após uma série de viagens desde o pais de origem. Em Cuiabá, se instalaram em lugares diversos, vivem de ajudas voluntárias e buscam o apoio dos poderes públicos para se estabelecerem com dignidade.

A maior parte dos indígenas Warao vive na região do Coxipó, em um espaço emprestado e provisório. Os que moram no bairro São José somam 150 pessoas, sendo 50 crianças pequenas. Outro grupo familiar vive no bairro Jardim Passaredo, são 50 pessoas, sendo 15 crianças.

Venezuelanos
(Foto: Marcela Cristiane Ribeiro Brito / Assessoria)

Mais uma criança

No último dia 29 junho, uma menina no grupo Warao, de 1 ano e 5 meses, morreu após sofrer com diarreia e vômitos frequentes. Os pais a levaram para o hospital, mas já estava sem vida.

Conforme o professor de Antropologia da Universidade Federal de Mato Grosso, Aloir Pacini, esta já é a terceira criança Warao que perdeu a vida em Cuiabá por falta de condições dignas de vida.

As outras duas mortes ocorreram em 2022, quando as famílias viviam no bairro Tijucal.

Luta por abrigo

O grupo de voluntários, que atua em defesa dos indígenas Warao, luta para conquistar um espaço para que estes migrantes vivam em comunidade indígenas, pratiquem sua cultura com segurança e possam se organizar para sobreviver em Cuiabá.

Entre os espaços estão os prédios públicos, que podem acolher os Warao para moradia, formação escolar e subsistência em aldeia.

Os voluntários defendem que, para que esta vida em comunidade ocorra, é necessária a atuação dos poderes públicos, que, além da disponibilidade de espaço, precisariam dar condições de vida segura e dignas para estes indígenas.

Conforme a professora Marcela Brito, um grupo pequeno de crianças frequenta a escola. Entre os motivos está o pouco domínio da língua portuguesa, uma vez que o idioma do grupo é Warao, e somente alguns falam razoavelmente o espanhol e português.

Outros motivos são a insegurança e a falta de moradia. Além de lidarem diariamente com o preconceito e lutarem contra a fome e a falta de acesso aos serviços públicos.

Warao
(Foto: Marcela Cristiane Ribeiro Brito / Assessoria)

Campanha de Arrecadação

Caso alguém queira ajudar o grupo venezuelano, pode entrar em contato com Marcela Brito pelo número 65 99642-4976, ou fazer uma doação direta via pix no mesmo número (65 996424976), cuja arrecadação será utilizada para a compra de leite e comida paras as crianças Warao que vivem em Cuiabá.

(Com Assessoria)

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