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Representante do Governo Federal pede emprego a venezuelanos refugiados em Cuiabá

Ele falou a representantes de associações comerciais sobre operação para abrigar e interiorizar os venezuelanos refugiados, incluindo indígenas

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Representante do Governo Federal pede emprego a venezuelanos refugiados em Cuiabá
(Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

Em média 523 venezuelanos entram no Brasil diariamente e muitos deles buscam refúgio em Mato Grosso. Conhecendo essa realidade, o capitão de Mar e Guerra da Marinha do Brasil, Alessandro Santos Ikawa veio a Cuiabá para fazer um pedido especial a empresários e comerciantes do Estado, pedindo que eles os empreguem.

“O mundo todo está fechando as portas e as fronteiras, construindo muros, mas o Brasil é um dos únicos que oferecem uma proposta diferente, que é o de integrar essas pessoas à sociedade civil. Podemos transformá-los através da nossa sinergia de esforços”, declarou Ikawa.

O presidente e diretores das Associações Comerciais e Empresariais de Mato Grosso (Facmat) e da Associação Comercial e Empresarial de Cuiabá (ACC) o receberam nesta sexta-feira (24), na sede das entidades, na Capital.

Na reunião, o capitão apresentou o projeto Operação Acolhida, vinculado ao Ministério da Defesa e que tem como objetivo abrigar e interiorizar os venezuelanos refugiados.

“Pedimos que a Facmat seja nosso parceiro, junto com outras Federações, para que nos ajudem a divulgar a possibilidade de empregar esses imigrantes venezuelanos”, reiterou Ikawa, ao afirmar que será uma ajuda para pessoas desconhecidas, mas que terá um reflexo positivo no futuro.

A Facmat e a Associação Comercial de Cuiabá se propuseram a auxiliar o projeto, até mesmo porque a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) é uma das parceiras em nível nacional do Operação Acolhida.

Casa de Apoio

Presente à reunião, o presidente da Cruz Vermelha Brasileira, filial Mato Grosso, Marcos Divino Teixeira da Silva, explicou que no Estado muitos dos venezuelanos que estão nas ruas, principalmente em Cuiabá, são aqueles que chegaram por conta própria, sem assistência do projeto Operação Acolhida. E ele anunciou que a proposta de criar uma Casa de Apoio.

“Aqui só temos a Casa do Imigrante, mas muitos deles, por questões culturais, em especial os indígenas, não se adaptaram e estão embaixo de viadutos. Através dos nossos voluntários, vamos receber os que chegarem via Operação Acolhida e, em conjunto com os empresários, esperamos que venham de Roraima já empregados. A Cruz Vermelha contribui ainda administrando e organizando a Casa de Apoio”, explicou.

Conforme dados do Ministério da Defesa, até dezembro de 2019 foram interiorizados mais de 27 mil venezuelanos para 24 estados brasileiros. Todos eles são acompanhados desde a saída de Roraima até as cidades de destino.

Mais de 880 mil atendimentos

Ikawa explicou que o projeto existe desde 2018 e tem como sede o município de Pacaraima (RR) fronteira com a Venezuela e ponto de partida da Operação Acolhida. Em quase dois anos de projeto, de acordo com o governo federal, foram mais de 880 mil atendimentos.

Os estrangeiros também recebem orientação de saúde e imunização: mais de 330 mil doses de vacinas já foram aplicadas. Militares, Organizações-Não Governamentais (Ongs), igrejas e várias outras entidades atuam no projeto.

O capitão de Mar e Guerra apresentou um parâmetro atual da operação. Segundo ele, a operação se baseia em três pilares: acolhimento, abrigamento e interiorização, este último o motivo da visita à Facmat e ACC, ou seja, pedir apoio do comércio para que os imigrantes sejam recebidos em Mato Grosso e tenham oportunidades de emprego para inserção econômica e social.

Ainda conforme dados da Operação Acolhida apresentados pelo capitão, dentro da estimativa de mais de 500 venezuelanos que entram no país diariamente, 284 estão em trânsito para outros países e cerca de 26 são desassistidos e em situação de vulnerabilidade.

Facmat e ACC promete ajudar

O presidente da Facmat e da ACC, Jonas Alves, prometeu ajudar. “Sabemos como essas pessoas estão sendo tratadas no país delas, a ponto de terem que abandonar suas famílias para cuidar da sobrevivência, das necessidades básicas que todo ser humano precisa. Nós, como Federação e Associação, temos que contribuir, levar esse assunto aos nossos filiados e procurar participar dessa ação humanitária tão necessária”, declarou o presidente da Facmat e da ACC, Jonas Alves.

Operação Acolhida

A Força-Tarefa Logística Humanitária – Operação Acolhida desenvolve ações nas áreas de prestação de serviços básicos e saúde pública, políticas sociais, ordenamento e controle de fronteira.

Está estruturada em três pilares: ordenamento de fronteira – por meio da recepção, identificação, documentação, triagem e cuidados médicos básicos; abrigamento – com a acomodação em um abrigo e um alojamento de passagem na zona de fronteira, Pacaraima, e, posteriormente, nos 11 abrigos disponíveis em Boa Vista, onde recebem alimentação, educação, cuidados com a saúde e proteção social; e interiorização, que é o deslocamento dos refugiados para diversos estados do país, com apoio à sua inserção econômica e social.

(Com Assessoria Facmat / Ministério da Defesa)

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