O ex-governador Pedro Taques foi denunciado pelo Ministério Público do Estado (MPE) por obstrução da Justiça, calúnia e difamação no processo de investigação de grampos telefônicos.
O promotor de Justiça Carlos Alberto Zarour César diz que Taques teria usado ação em que acusa o promotor Mauro Zaque, autor da denúncia sobre os grampos, de falsidade de documentos, como mecanismo de proteção para que pudesse ser aberta uma investigação que supostamente o ligaria aos casos de fraude.
Concomitantemente, o então governador teria deixado de questionar as acusações contra ele também como uma estratégia para evitar acusações.
“[…] ao direcionar acusações espúrias ao promotor, Taques criou um verdadeiro escudo de proteção contra eventuais sanções penais, civis e administrativas por ter deixado de adotar as providências necessárias para elucidar os fatos que foram a ele noticiados pessoalmente e oficialmente através da documentação”, disse o promotor na denúncia.
A denúncia por calúnia e difamação foi pedida também com base no processo de Taques contra Zaque. Segundo o MP, Taques teria usado o argumento de que a suposta falsificação de documento pelo promotor ocorreu porque ele deixou de nomear o procurador José Antônio Borges como chefe do órgão em 2017.
A denúncia diz que políticos, incluindo adversários, empresários, advogados e jornalistas entraram na lista de escuta telefônica ilegal realizada por um centro de operações clandestino no Palácio Paiaguás. Policiais militares e outros servidores seriam comandados por Taques na operação.