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Frigoríficos farão cortes menores em carnes exportadas aos EUA

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Frigoríficos farão cortes menores em carnes exportadas aos EUA

Ednilson Aguiar/O Livre

 frigorífico carne

 

O Ministério da Agricultura determinou nesta semana que frigoríficos adotem novos cortes nas carnes bovinas a serem exportadas para os Estados Unidos. A partir de agora, os cortes do dianteiro bovino devem seguir apenas na forma de recortes, cubos, iscas ou tiras, e não mais inteiros ou em grandes pedaços. Os cortes menores devem facilitar a identificação de abscessos.

A orientação partiu do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Mapa e visa facilitar as negociações para a retoma das vendas para aquele mercado.

No próximo dia 13 de julho, o diretor do Departamento, José Luis Vargas, e o coordenador-geral de Controle e Avaliação do Dipoa, Rafael Filipputti, devem viajar para Washington onde se reunirão com autoridades sanitárias americanas.

A intenção, segundo o ministério, é discutir as medidas de controle adotas depois que abscessos foram encontrados nas carnes brasileiras frescas enviadas para o mercado norte-americano. O fato causou uma crise de imagem na indústria da carne no Brasil e fez com que o país barrasse a entrada da carne brasileira no país.

Além da orientação dos novos cortes, na última sexta-feira, acabou o prazo para os frigoríficos revisarem programas de autocontrole e para aplicação de medidas adicionais de reinspeção dos produtos. Os planos de fiscalização do Serviço de Inspeção Federal (SIF) também foram revisados.

Em documento enviado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, no último dia 22, o país alegou que a suspensão dos embarques será mantida até que o Mapa tome medidas corretivas. Mesmo após as modificações nos cortes e revisões nos sistemas de inspeção, o mercado continua fechado para a carne brasileira.

Contratação e concurso
O Ministério também anunciou a contratação de 300 médicos veterinários, em até 60 dias, para atuar junto aos auditores fiscais federais agropecuários nos frigoríficos. De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Rangel, os novos contratados deverão atender unidades que exportam para a União Europeia.

Segundo o Mapa, também está em andamento um estudo elaborado pelo Ministério do Planejamento para a realização de concurso com pelo menos mil vagas para fiscais. A quantia iria suprir a demanda desses profissionais pela próxima década.

A medida dos temporários não agradou o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), que divulgou uma nota de repúdio. No documento, a entidade lembra que a fiscalização agropecuária é uma atividade típica de Estado e deve ser realizada por servidores de carreira a fim de garantir a independência da fiscalização.

“A contratação de fiscais pagos com recursos das indústrias agropecuárias põe sob suspeição a isenção do trabalho realizado, considerando que algumas medidas da fiscalização geram prejuízo ao segmento”, diz trecho do documento.

O sindicato alega que o mercado agropecuário cresceu mais de 200% nos últimos 20 anos, enquanto o número de fiscais federais caiu 35% no mesmo período. Ainda segundo sindicato, existem hoje 270 frigoríficos que atuam no mercado internacional e que não têm um auditor fiscal federal agropecuário trabalhando diariamente.

“O objetivo inicial do Mapa era ter dois profissionais por turno em cada uma dessas plantas”, diz nota. Para a categoria, a única alternativa seria a realização imediato de concurso público para o preenchimento de 1,6 mil vagas.

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