Condições climáticas, janela ideal de plantio e variedades cada vez mais resistentes contribuíram para que a safra de milho 2016/17 em Mato Grosso registrasse a segunda maior média de produtividade desde a safra 2011/12. A média estadual é de 103,86 sacas por hectares, segundo a quinta estimativa para o ciclo publicada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O número representa um acréscimo de 40,9% em relação à média da safra anterior (73,7 sc/ha), quando as lavouras do Estado sofreram com a estiagem e mais de 7 milhões de toneladas do cereal foram perdidas.
Com o avanço da colheita do milho – 25,78% dos 4,7 milhões de hectares já foram colhidos – a safra recorde vem se confirmando e deve chegar a quase 30 milhões de toneladas do cereal. São dez milhões de toneladas a mais em relação à safra passada, um aumento de 54,63%.
Imea
Produtividade média nas lavouras de milho aumenta em todas as regiões de Mato Grosso
Caso esse número se concretize, essa será a maior safra de milho já produzida em Mato Grosso, afirma o Imea. “É sem dúvida um momento histórico, mas junto com ele temos um problema antigo, a falta de armazéns para estocar a produção, enquanto aguardamos oportunidades melhores para a comercialização”, lembra o presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin.
Venda direta
Enquanto a burocracia e juros altos dificultam investimentos em infraestrutura, outras opções estão sendo procuradas pelos produtores que buscam melhores preços. A venda direta do cereal para a primeira usina que produz exclusivamente etanol de milho é uma delas.
Nesta semana, o preço da saca apresentou nova queda (-3,28%) e a cotação caiu a R$ 13,23, principalmente devido às quedas do dólar e ao aumento do cereal disponível. Já o custo do frete apresentou alta de 6,96 pontos percentuais em relação à última semana. Já em relação ao mesmo período do ano anterior o aumento foi de 3,7%. De Sorriso a Santos o frete de uma tonelada bateu a casa dos R$ 280, ou seja, R$ 16,80 por saca, quase R$ 3,60 mais caro que o saca do cereal.
Regiões mais produtivas
As regiões Oeste e Sudeste onde estão municípios como Campo Novo do Parecis, Campos de Júlio e Sapezal devem registradas as maiores médias de produtividade; 107,58 sc/ha e 107,32 sc/ha, respectivamente. Na sequência, aparece o Médio-Norte, onde estão municípios como Lucas do Rio Verde com 106,32 sc/ha. Nas demais regiões, a produtividade média deve variar entre 98 sc/ha e 95. No Nordeste, a mais prejudicada na safra anterior devido à falta de chuva, deve registrar agora a média de 95,12 sacas por hectare, alta de 142,36% ante à safra 2015/16.
