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Nadaf detalha fraude em compra de terreno por R$ 31,7 milhões

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Nadaf detalha fraude em compra de terreno por R$ 31,7 milhões

Ednilson Aguiar/O Livre

Bairro Jardim Liberdade

O ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf confirmou a fraude ocorrida na compra de uma área no bairro Jardim Liberdade pelo valor de R$ 31,7 milhões, já relatada pelo ex-governador Silval Barbosa e investigada na Operação Sodoma. Nadaf está prestando depoimento à juíza Selma Arruda na tarde desta terça-feira (4).

O ex-secretário relatou que Silval tinha uma dívida com o empresário Valdir Piran, dono de factorings. O empresário chegou a se reunir no Palácio Paiaguás com o então governador para cobrar o pagamento. O dono de factorings havia recebido um cheque sem fundos de Silval e foi até o gabinete do governador cobrar a dívida. Nadaf presenciou o encontro. “Piran começou a falar que Silval era um pilantra, que não pagava. Ele então pegou uma cadeira e partiu pra cima de Silval que saiu correndo da sala, enquanto o Piran caiu no chão no meio da confusão”, contou.

Diante da pressão do empresário, surgiu uma saída para o pagamento da dívida: a compra de uma área no Jardim Liberdade pelo valor de R$ 31,7 milhões.

Ednilson Aguiar/O Livre

Pedro Nadaf presta depoimento

Pedro Nadaf chega para prestar depoimento nesta terça-feira

Segundo Nadaf, o procurador Chico Lima relatou que havia conversado com os proprietários da área e combinado que 50% do valor retornaria ao grupo de Silval como propina. “Precisava fazer todos os trâmites legais no governo. Então levei ao governador, que me disse para prosseguir”, afirmou. 

De acordo com Nadaf, num almoço no Palácio Paiaguás, ficou definido que ele e o então secretário de Fazenda Marcel de Cursi tratariam da questão orçamentária. Já o então secretário de Planejamento Arnaldo Alves, o presidente do Intermat Afonso Dalberto e Chico Lima cuidariam da tramitação do processo.

O valor pago pelo Governo de Mato Grosso — R$ 31,7 milhões — foi dividido assim: R$ 15 milhões para a Santorini Empreendimentos, proprietária da área, R$ 10 milhões para quitar a dívida com Piran, R$ 600 mil para o empresário Filinto Muller e R$ 4,4 milhões para o grupo de Silval. 

Delação premiada
Na segunda-feira (3), foi divulgado que Nadaf fez um acordo de delação premiada no Supremo Tribunal Federal (STF). A confissão, no entanto, não está relacionada ao processo em que ele presta depoimento nesta terça. A delação estaria relacionada à Operação Ararath, que investiga pagamentos irregulares a empreiteiras e valores desviados por meio de bancos clandestinos, lavagem de dinheiro e outros crimes. De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, Nadaf delatou crimes cometidos entre 2007 e 2014.

Nadaf já entregou R$ 3,1 milhões referente às ações da primeira e da segunda fase da Sodoma como forma de ressarcimento pelos danos causados aos cofres públicos e agora pede perdão judicial.

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