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Faiad pediu aumento de propina em esquema

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Faiad pediu aumento de propina em esquema

Investigações conduzidas na Operação Sodoma indicam que, logo depois de assumir a Secretaria de Estado de Administração, o advogado Francisco Faiad (PMDB) pediu aumento na propina a integrantes da gestão de Silval Barbosa (PMDB). A prisão de Faiad foi decretada pela juíza Selma de Arruda, na quinta fase da Operação Sodoma, deflagrada na terça-feira (14).

De acordo com trecho da decisão, enquanto a pasta esteve sob o comando do antecessor, César Zilio, o valor mensal dos repasses, feitos pelas empresas Marmeleiro Auto Posto Ltda e Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda,  era de R$ 70 mil mensais. Depois que Faiad assumiu a SAD, em janeiro de 2013, houve um pedido para que a propina aumentasse para R$ 80 mil.

“Com a saída de César Zilio e o ingresso de Francisco Anis Faiad em 11/01/2013 como Secretário de Administração de Mato Grosso, houve adesão plena por parte deste à organização criminosa, tanto que determinou que os pagamentos das mensalidades fossem mantidos, mas que continuassem a serem feitos diretamente a César Zílio. Contudo, exigiu que o valor mensal fosse aumentado para R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) ao invés dos R$ 70.000,00 (setenta mil reais) antes exigidos”, lê-se na decisão.

Segundo as investigações, os pagamentos eram realizados em dinheiro e separados em quatro envelopes destinados aos envolvidos: R$ 40 mil em um envelope com a inicial “S” para Silval Barbosa, R$ 16 mil em um envelope com a letra “C” destinado a César Zílio, R$ 16 mil em um envelope com inicial “F” para Faiad e outro de R$ 8 mil com a inicial “C” também destinado a Zílio.

Organizado desta maneira, o esquema perdurou por três meses, até março de 2013, e a partir daí, de acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), os valores destinados a Francisco Faiad passaram a ser recebidos diretamente por ele e pessoas delegadas por ele, sem que passassem por César Zílio. Segundo o empresário Edézio Corrêa, foram efetuados pagamentos ao advogado, agora preso, diretamente em seu escritório político, localizado no bairro Araés em Cuiabá, quando Faiad preparava sua candidatura a deputado estadual nas eleições de 2014. Nesta ocasião, coordenadores da campanha, identificados como Geraldo, Carlão e Hélio, receberam o pagamento da propina.

Prejuízos ao Estado

Ainda na decisão, Selma de Arruda afirmou que o grupo liderado pelo ex-governador Silval Barbosa desviou recursos públicos de maneira consistente, causando prejuízos ao Estado. “(…) a organização criminosa apontada desde a primeira fase da operação Sodoma, atuou de forma constante, viciosa, endêmica e sistêmica no Estado de Mato Grosso, em verdadeira ação de locupletamento ilícito coletivo em desfavor dos cofres públicos”, escreveu a magistrada.

O total de desvios apurados pelo MPE no esquema desbaratado nesta quinta fase da Operação Sodoma chega a R$ 8,1 milhões.

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