Ocupar com estratégia. Esta é a proposta da Associação Comercial e Empresarial de Cuiabá (ACC) para a revitalização do Centro Histórico de Cuiabá. Presidente da entidade, Jonas Alves diz que é preciso criar uma série de atividades e fomentar os segmentos que se enquadram na área.
“Os entes interessados precisam se organizar e colocar em prática as medidas sem contar muito com o poder público. Depois, quando estiver andando, o governo embarca na proposta”.
Ele estava junto com representantes da categoria na reunião promovida pela Academia de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (AAUMT) e Universidade Federal de Mato Grosso para elaboração de um plano de gestão sustentável do local.
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Na opinião dele, a região está se destruindo a cada dia e é preciso ter caminhos para se captar recurso.
Com o tempo, muitos comerciantes saíram do local por inúmeras questões, entre elas a falta de segurança e situação dos imóveis.
Nesse período, houve o desenvolvimento dos bairros e uma nova característica de ocupação, na qual os serviços e produtos são levados para perto do cliente.
Assim, o centro ficou um lugar desinteressante para muitos segmentos.
Outro fator impactante é o fortalecimento do e-commerce. Segundo dados da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, apenas este ano, 256 mil transações de compras via internet foram realizadas em Cuiabá.
“Hoje, teríamos que trabalhar com Turismo e atividades que sejam comuns a um Centro Histórico. A verdade é que a loja física nunca acabará, porque as pessoas precisam conversar e transitam pela cidade. Porém, todas precisam de infraestrutura”.
Alves ressalta ainda que o comércio é um dos grandes empregadores e ele precisa ser fomentado.
Impactos no turismo
Presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurante, Bares e Similares (SHRBS), Luiz Carlos Nigro diz que todas as capitais contam com um “City Tour” nas áreas históricas. Só em Cuiabá não há o serviço e nem a demanda.
Nigro aponta o fato de a maior parte dos prédios está ruindo e a segurança precária como motivos.
“São ruas cheias de histórias interessantes, mas como levar os turistas no beco do Candeeiro, por exemplo. Ele vai ver usuários de drogas e corre o risco de ser assaltado”.
Para solucionar o problema, ele acredita que é preciso um planejamento a longo prazo e executado do começo ao fim.
“Não é parar os processos porque começaram na gestão de fulano ou ciclano. É pesar como governo”.
Outra questão importante abordada pelo líder da entidade é a retomada de atividades culturais que possam reacender o convívio e marcar a retomada do centro pela população.
Discussões
Na semana passada, a AAU e a UFMT estão se reunindo com gestores públicos, comerciantes e moradores do Centro Histórico de Cuiabá.
As duas entidades estão desenvolvendo um plano de gestão financiado pela Partnership for Action on Green Economy (PAGE), por meio da Organização das Nações Unidas (ONU).
O trabalho está orçado em R$ 263 mil e os primeiro passo é o trabalho de apresentação e mobilização dos entres impactados, bem com a coleta de sugestões.