O presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Eduardo Botelho (DEM), mostrou-se contrário ao pedido do suplente Waldir Bento (MDB) para dar posse a ele no lugar de Mauro Savi (DEM), preso desde 9 de maio no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC). Botelho informou que encaminhou o documento para a Procuradoria Geral analisar a possibilidade de empossar o suplente, mas já adiantou que discorda do pleito.
“Recebi e encaminhei para a Procuradoria. Mas, a princípio, em nenhuma situação a Casa chama suplente em menos de quatro meses. Até quando eles pedem licença, só se pode chamar depois de 120 dias”, afirmou Botelho em entrevista na noite desta terça-feira (7), logo depois da terceira sessão do dia.
Waldir, que já foi vereador por Várzea Grande e presidente da Câmara Municipal, recebeu 11.350 votos para deputado estadual nas eleições de 2014 e ficou na quarta suplência da coligação formada pelo PT, PMDB, PT, PC do B e PROS. Com a renúncia de Altir Peruzzo (PT) e o fato de Allan Kardec (ex-PT, hoje no PDT) ter se tornado titular de uma cadeira, Waldir detém hoje a segunda suplência.
O atual primeiro suplente da coligação, Ademir Brunetto (ex-PT, hoje no PSB), também havia pressionado para ocupar a cadeira vaga com a prisão de Savi. Ele acabou fechando um acordo de rodízio e tomou posse em 6 de junho, com a licença de Baiano Filho (ex-PMDB, hoje no PSDB).
No ano passado, porém, a Assembleia agiu de forma diferente com a prisão de Gilmar Fabris (PSD), suspeito de obstruir as investigações da Operação Malebolge. Ele foi preso em 15 de setembro e o suplente Meraldo Sá (PSD) foi empossado 11 dias depois. Fabris acabou solto e, 25 de outubro, depois de ter a prisão revogada em plenário pelos deputados.
Savi sofreu diversas derrotas judiciais na tentativa de deixar a prisão. A Assembleia Legislativa chegou a aprovar uma resolução revogando a prisão do parlamentar. Porém a justiça não acatou a decisão dos deputados. Na semana passada, ele tentou registrar sua candidatura à reeleição, mas teve o pedido negado pela executiva do DEM.
Ele é acusado de liderar um esquema de corrupção no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), investigado na Operação Bereré. Mesmo preso, Savi continua recebendo normalmente o salário de R$ 25,3 mil todos os meses.