Sindicatos do agronegócio de Mato Grosso se manifestaram com repúdio aos ataques anti-democráticos ocorridos em Brasília no domingo (8). Na ocasião, foram invadidos os prédios do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF).
A Federação de Agricultura e Pecuária (Famato) classificou em nota os ataques como “vandalismo” e “atos de destruição” os quais repudiou “veementemente”. A federação representa hoje 33 mil empresários rurais e 94 sindicatos do setor.
“Toda manifestação pacífica, ordeira e dentro dos princípios democráticos, sempre terão apoio do nosso seguimento, contudo, atos de depredação jamais terão nosso aval”, diz trecho da nota.
A Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MT) fez uma declaração semelhante, com a ressalva de que apoia manifestações pacíficas, de acordo com a Constituição Federal, mas pontuando condenar os atos de afronta a esta regra.
“Como entidade que preza pelo cumprimento das leis e da Constituição, defendemos a liberdade de pensamento e a manifestação pacífica, mas jamais poderemos concordar com invasão e depredação de qualquer propriedade, seja ela pública ou privada”, afirmou.
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Financiadores do vandalismo
As notas foram divulgadas após informações de que pessoas ligadas ao agronegócio teriam participado dos atos em Brasília. Hoje (10), o ministro de Justiça, Flávio Dino, disse que os financiadores dos manifestantes estariam, majoritariamente, no Sul e no Centro-oeste.
A Famato disse em sua nota exigir “respeito à classe produtora” criticou “suposições lançadas genericamente ao agronegócio brasileiro e sua suposta participação nos atos de barbárie ocorridos”.
Já a Aprosoja afirmou que as declarações são “descabidas e não retratam a real importância do agro para o país”.
A ligação do setor com os atos vem do apoio dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, durante o governo anterior e a campanha eleitoral 2022. Os manifestantes em Brasília também são classificados como apoiadores de Bolsonaro.
Segundo o jornal Valor Econômico, todos os sindicatos e associações do agronegócio no Brasil tentam alinhar um posicionamento para divulgar uma carta de repúdio conjunta aos atos de vandalismos ocorridos em Brasília.