O presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Beber, disse que estão se “banalizando” os pedidos de recuperação judicial por empresas e produtores rurais. O mecanismo jurídico para pagar dívidas está em alta desde o fim do ano passado.
“A recuperação judicial é um remédio, principalmente para um ano como este de crise. Nós temos uma situação contrária não só para o produtor, mas para as empresas também. A Aprosoja vê que não pode ser banalizado este instrumento, a gente sabe de recuperação planejada há mais de 3 anos, pedida num tempo de bonança”, afirmou.
Em novembro de 2023, a Serasa divulgou que os pedidos de recuperação judiciais pelo agronegócio tinham crescido 200%. A alta numa mesma proporção é estimada para 2024.
A quebra na colheita de soja e milho foram apresentados como o principal motivo. Beber diz que se consolidou a estimativa de colheita menor em 20% na safra 2023/2024. O fenômeno El Niña, plantio fora da janela e redução do adubo nitrogenado teriam contribuído para a queda.
Os produtores brasileiros pediram US$ 1,95 bilhão em empréstimo ao Governo Federal para cobrir as dívidas e despesas deixadas pela quebra e dar um fôlego financeiro para a próxima safra.
O presidente da Aprosoja Mato Grosso disse que há casos em que os produtores rurais não conseguiram atingir a quantidade de grãos negociados para cumprir os contratos da safra passada.
“É um dinheiro para, justamente, evitar as recuperações judiciais. E cabe ressaltar que isso não afeta somente os produtores, mas toda a cadeia [de produção], o pequeno comércio nos municípios e a economia do estado”, afirmou.
