Produtores de Mato Grosso dizem que a renegociação de dívidas aberta pelo governo federal não será suficiente para estancar a crise. A Aprosoja Mato Grosso diz que a quebra na safra vai dificultar cobrir os gastos da lavoura e inclusive quitar as dívidas.
“Não houve nenhuma sinalização do Mapa (Ministério de Agricultura, Pecuára e Abastecimento) sobre conversar com as empresas exportadoras. Muitos produtores podem não ter produto para entregar, então essa é uma das nossas grandes preocupações nesse momento”, disse o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a renegociação das parcelas de investimentos rurais com vencimento em 2024. O CMN disse que as instituições financeiras ficam a seu critério para renegociar até 100% do valor principal das parcelas, com vencimento entre 2 de janeiro e 30 de dezembro de 2024.
A Aprosoja diz que a venda da safra passada é insuficiente para cobrir os custos da lavoura e até mesmo para o produtor honrar o compromisso de entregar a soja já negociada. O custo de produção é de 62 sacas, enquanto a produtividade é apenas 52,85 sacas.
A Aprosoja Mato Grosso disse que enviou sugestões ao Mapa de medidas que ajudariam a amenizar a situação, mas não houve respostas até o momento. Os ofícios foram encaminhados nos dias 26 de janeiro e 28 de fevereiro.
As sugestões são a liberação de R$ 500 milhões para alongamento de dívidas, com taxa de 5,5% ao ano; uma linha de crédito de US$ 1,95 bilhão, a uma taxa de 5,5% ao ano e outra linha de crédito de R$ 1 bilhão para equalização de juros agrícolas e que o escore dos produtores não fosse prejudicado.