O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) adiou o julgamento de recurso do deputado federal cassado Neri Geller (PP) para a concessão do registro de candidatura às eleições 2022 e o desbloqueio do dinheiro do Fundo Eleitoral.
O recurso havia sido pautado para a sessão desta sexta-feira (2), mas foi retirado da lista de análise do pleno, sem a divulgação do motivo da suspensão. Geller pede a revisão do parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) contrário ao registro para concorrer ao Senado.
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A defesa alega que o MP teria entrado em preclusão, a perda da oportunidade de se manifestar no processo, com a opinião de impugnação, visto que já havia dado aval para o registro, antes da cassação do mandato.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato de deputado federal de Neri Geller no dia 23 de agosto. O julgamento teve votação unânime (7 a 0), seguindo o parecer do relator ministro Mauro Campbell. Ele entendeu que Geller praticou triangulação financeira, na campanha de 2018, para supostamente esconder doações irregulares.
O Ministério Público havia apresentado parecer pela concessão do registro antes do julgamento. Na semana passada, houve uma nova posição pelo indeferimento.
No dia 25, a juíza Clara da Mota Santos Pimenta Alves liberou o registro de candidatura, em decisão individual, até que o pedido seja analisado pelo colegiado. Na mesma decisão, ela bloqueou o acesso de Geller à cota do Fundo Eleitoral.
Conforme o TSE, Neri Geller tem R$ 2,7 milhões em conta para gastar em campanha, recebidos a direção nacional do Progressistas (PP). O limite de gastos ao Senado está estipulado em R$ 3,8 milhões.