O primeiro discurso de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já oficialmente empossado no cargo de presidente do Brasil não teve um tom apaziguador, como alguns esperavam. Em um clima ainda de disputa, o petista não poupou críticas a seu antecessor, Jair Bolsonaro.
Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, assinaram há poucos minutos os termos de posse de seus mandatos. A solenidade ocorreu na Câmara dos Deputados.
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Entre os pontos mais relevantes do discurso – que durou cerca de 30 minutos – Lula disse que o diagnóstico do governo federal feito pela equipe de transição será amplamente divulgado.
“Esvaziaram os recursos da Saúde. Desmontaram a Educação, a Cultura, Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública, a proteção às floresta e assistência social, desorganizaram a governança da economia, dos financiamentos públicos, do apoio às empresa, aos empreendedores e ao comercio externo, dilapidaram as estatais e bancos públicos, entregaram o patrimônio nacional”, citou.
“É sobre estas terríveis ruínas que assumo o compromisso de, junto com o povo brasileiro, reconstruir o país e fazer novamente um Brasil de todos e para todos”.
Relembrando o processo eleitoral
O presidente mostrou que não esqueceu o processo eleitoral que o levou à vitória e destacou a atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na condução do pleito.
Neste contexto, não poupou elogios ao ministro e presidente da Corte, Alexandre de Moraes.
O petista afirmou que foi a “mão de ferro” de Alexandre de Moraes que garantiu a manutenção da democracia.
“Nunca os recursos do Estado foram tão desvirtuados em proveito de um projeto autoritário de poder, nunca a máquina pública foi tão desencaminhada dos controles republicanos, nunca os eleitores foram tão constrangidos pelo poder econômico e por mentira disseminadas em escala industrial”, disse.
Ainda no tom de críticas a governos anteriores, Lula voltou a criticar o teto de gastos estabelecido na gestão de Michel Temer.
Luta pela democracia
Em seu discurso, o presidente ainda afirmou ser favorável à liberdade de expressão, entretanto, destacou que pretende criar mecanismos para impedir “crimes de ódio”.
“Defendemos a plena liberdade de expressão, ciente de que é urgente criarmos instâncias democráticas de acesso à informação e responsabilização dos meios pelos quais o veneno do ódio é inoculado”, continuou.
Além disso, criticou a atuação de conservadores e liberais no Brasil e afirmou que militantes não devem negar a política para não abrir caminho para ditaduras.
“Negar a política e desvalorizá-la é o caminho da barbárie e das tiranias”, disse Lula em referência aos pedidos de intervenção militar feitos após o anuncio de sua vitória.
(Com informações da Agência Brasil)
