Ednilson Aguiar/O Livre
Ex-governador Silval Barbosa
O ex-governador Silval da Cunha Barbosa (PMDB) pediu o perdão judicial pelos desvios de recursos públicos investigados na 1ª fase da Operação Seven. O grupo liderado pelo ex-governador desviou recursos na compra de um terreno de R$ 7 milhões na região do lago de Manso, em Chapada dos Guimarães.
Silval fechou um acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), no qual são citadas mais de 90 empresas e mais de 250 pessoas.
Nas alegações finais da Seven, a defesa afirma que a delação de Silval teve repercussão nacional e lista diversas matérias jornalísticas que relatam os possíveis desdobramentos trazidos pelos depoimentos do ex-governador.
Os valores, cerca de R$ 3,5 milhões, desviados da desapropriação do terreno serviram para abastecer um extenso esquema de caixa 2 instalado no governo do Estado.
A defesa, coordenada pelo advogado Délio Lins e Silva, afirma que a delação trouxe um “extenso e denso” material, inclusive com a entrega de provas de diversos casos de corrupção realizados enquanto Silval esteve na gestão estadual.
Caso a juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, não aceite o pedido de perdão judicial, a defesa do ex-governador pede que ele receba os benefícios já acordados em sua colaboração – redução de dois terços da pena, início do cumprimento da sentença em liberdade, além da devolução de valores.
Nas alegações finais, a defesa compara a situação de Silval com a dos colaboradores Darci José Vedoin e Luiz Antônio Trevisan Vedoin, envolvidos no escândalo da Operação Sanguessugas. Naquele caso, pai e filho colaboraram com as investigações e obtiveram o perdão judicial.
Quanto à acusação pelo crime de organização criminosa, a defesa do ex-governador pede que não seja aceita, já que o fato é investigado na primeira fase da Operação Sodoma e deveria ser julgado naquela ação penal. Tanto a Seven quanto a Sodoma tramitam na 7ª Vara Criminal.
Silval é acusado na Seven de ter ordenado despesas não autorizadas quando o governo comprou a área na região do Manso. A defesa pede que ele seja absolvido por entender que este seria apenas um “delito de passagem”.