Laíse Lucatelli/O Livre
Dieunelson Calixte chegou dez minutos atrasado para o Enem 2017
Um portão fechado adiou mais uma vez o sonho do haitiano Dieunelson Calixte de estudar Direito no Brasil. Às 12h10 deste domingo (12), ele desceu de um táxi em frente à Universidade de Cuiabá (Unic), na Avenida Beira Rio. Foi até o portão e pediu ao guarda para entrar e fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Sem sucesso.
“Eu tenho vontade para fazer prova. Eu tenho vontade para entrar na universidade”, afirmou Dieunelson à imprensa. Aos 27 anos, o haitiano mora em Cuiabá há dois. Ele contou que trabalha em uma gráfica e não tem família na capital mato-grossense.
Ele disse que se atrasou para o segundo dia de provas do Enem 2017 porque havia muitos congestionamentos pelo caminho. “Eu saí longe e encontrei muita paralisação na rua. Cheguei dez minutos atrasado e perguntei se posso entrar, mas não tenho autorização para entrar”, relatou, em um português ainda hesitante.
Pela segunda vez, Dieunelson (a pronúncia em crioulo, língua haitiana derivada do francês, é Dionelson) não conseguiu fazer o exame. Em 2016, ele não encontrou o local da prova. “Quero fazer Direito. Direito ou Nutrição”, contou. E, apesar de dois anos seguidos de decepção, quer continuar tentando entrar para a universidade – já planeja fazer novamente a inscrição para o Enem de 2018.