O Tribunal do Júri de Cuiabá condenou, no dia 5 de junho, o eletricista Elizeu Soares de Oliveira, conhecido popularmente como “Sangue Bom”, a mais 14 anos de prisão, em regime fechado, pelo assassinato do borracheiro Izidoro Zakrzerki, em março de 2015.
O caso aconteceu na borracharia onde Izidoro trabalhava, próximo ao Distrito da Guia, motivado por “falta de comida”.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Estado, vítima e acusado estavam bebendo em uma chácara localizada às margens da rodovia MT-010, que liga Cuiabá ao Distrito da Guia. Contudo, durante o jantar, eles teriam iniciado uma discussão, porque não havia sobrado comida para Sangue Bom.
Por conta da desavença, o acusado fez um disparo com uma espingarda, na direção do borracheiro, mas não o acertou. Entretanto, Sangue Bom contou com a ajuda de comparsas, que surpreenderam a vítima pelas costas e a esfaquearam, de forma repentina. Quando Izidoro já estava no chão, tanto o assassino quando seus comparsas passaram a esfaqueá-lo. Ao todo foram mais de 40 golpes de faca.
Na época do crime, a delegada Silvia Pauluzzi, que estava lotada na Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), chegou a afirmar para a imprensa que o corpo da vítima estava praticamente retalhado. A Polícia Civil considerou que Elizeu seria um “especialista em facas”.
Julgamento
Mais de quatro anos depois, Sangue Bom foi levado ao julgamento popular. Os membros do Conselho de Sentença reconheceram a motivação fútil e o meio cruel usado pelo eletricista para matar a vítima. Os jurados também entenderam que havia circunstâncias suficientes para condenar Elizeu por homicídio triplamente qualificado.
Conforme os jurados observaram, o comportamento da vítima não contribuiu para o crime, uma vez que Izidoro foi surpreendido pelo réu e terceiras pessoas.
Segundo consta do processo, Elizeu confessou parcialmente o crime, afirmando que fez, de fato, o disparo da arma de fogo. Contudo, informou que teria atirado para o alto, com a finalidade de conter as agressões entre terceiros e o borracheiro. Ele não confessou a participação nos golpes de faca.
Ao analisar o caso, os jurados frisaram que Sangue Bom já tem antecedentes criminais. Ele foi condenado, também pelo Tribunal do Júri, a 12 anos e seis meses de prisão em outro processo, também por homicídio. A sentença é de abril de 2018.
Em razão da condenação, Sangue Bom não tem o direito de apelar em liberdade. Ao todo, com a nova sentença, sua condenação soma 26 anos e seis meses de reclusão.