A moda brasileira deve muito à estilista mineira Zuleika Angel. Mesmo 44 anos após sua morte, ela segue vanguardista e musa inspiradora de novos profissionais. Foi ela quem ressignificou a moda brasileira, ao sugerir com suas criações, que os vestidos com corpetes bem justos e cintura bem marcada com saias bufantes, dessem lugar aos comprimentos mini, midi e máxi. Especialmente, em modelos evasês.
Hoje usamos estampas e materiais que são o legado de Zuzu inserido em nosso vestuário, como por exemplo os tecidos esvoaçantes ou com estampas florais, genuinamente tropicais que antes dela eram considerados rústicos e inadequados para se vestir.
Além disso ela inseriu marcas de brasilidade por meio de estampas tropicais e tecidos simples e baratos, que nunca haviam sido usados na moda até então, como por exemplo a aplicação da belíssima renda renascença e do crochê, entre outros.
Moda revolucionária
Isso causou uma mudança na indústria têxtil na produção de novos tecidos. A moda de Zuzu Angel era única e revolucionária nos anos 60. Ela mostrou ao mundo a beleza e potencial dos materiais brasileiros provando que o Brasil tinha total capacidade de produzir uma moda genuína e exclusiva, quando ficou conhecida mundialmente e fez desfiles em Nova York.
Não demorou muito para que seu nome virasse uma marca. E logo após a morte de seu filho pela ditadura militar ela se tornou uma militante, usando sua marca para denunciar a violência com que seu filho fora arrancado de seus braços. Zuzu usou a moda como ferramenta de denúncia. Foi então que idealizou uma coleção chamada “luto”, para exprimir o sentimento de perda da artista e como ela impactava sua arte.
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Letícia de Oliveira é estudante do 2º semestre de Jornalismo na Universidade Federal de Mato Grosso