Movimento artístico que surgiu no início do século XX, em Paris, o surrealismo nasceu como manifestação livre do irracional e do subconsciente. Inicialmente usado como inspiração em criações nas artes visuais, foi expandido para o universo do teatro e do cinema.
Na sétima arte, as primeiras obras surrealistas eram marcadas por histórias confusas e com cenas perturbadoras, com o objetivo de explorar os sonhos tornando o irracional real. O cineasta espanhol Luis Buñuel é um expoente do gênero, com o clássico “Um Cão Andaluz” (1929).
Após a Segunda Guerra Mundial, os filmes produzidos não possuíam mais a estética totalmente surrealista, mas sim elementos do movimento pertinentes a grande parte deles. Entre esses elementos destacam-se: o uso da ironia, a múltipla simbologia das cenas, narrativas que remetem a sonhos e desejos reprimidos, além de outros recursos para confundir quem está assistindo.
Na contemporaneidade, o surrealismo influenciou várias obras. Listamos cinco filmes para quem quer aprender um pouco mais sobre o gênero:
1. A Origem (2010), Christopher Nolan
Em uma realidade onde é possível entrar na mente humana, Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) e seus parceiros são especialistas em roubar segredos do subconsciente das pessoas. O filme decorre através dos sonhos e mergulha na questão da capacidade do inconsciente. Disponível na Netflix.
2. O Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (2004), Michel Gondry
Com raiva após o fim do relacionamento com Joel (Jim Carrey), Clementine (Kate Winslet) faz um procedimento médico para apagá-lo de sua memória. Ao descobrir o fato Joel decide fazer o mesmo, mas entra em conflito com sua própria mente tentando impedir que se esqueça do amor da sua vida. Disponível na Netflix
3. Coraline e o Mundo Secreto (2009), Henry Selick
Entediada após a mudança para Michigan, a jovem e curiosa Coraline Jones (Dakota Fanning) encontra uma pequena porta em sua casa que a transporta para outro mundo. Tudo parece ser perfeito, mas pouco a pouco esse universo vai se tornando obscuro. A trama reflete sobre desejos e sonhos que podem se tornar pesadelos.
4. Cisne Negro (2010), Darren Aronofsky
Obcecada pela perfeição, após receber o papel da Rainha Cisne, a bailarina Nina (Natalie Portman) encontra-se em uma batalha com a sua mente. Cercada por seus problemas emocionais, uma mãe controladora e a pressão do diretor, a protagonista desenvolve uma segunda personalidade e luta por seus objetivos contra ela mesma.
5. Mãe! (2017), Darren Aronofsky
Um casal (Jennifer Lawrence e Javier Bardem) que vive em uma casa no campo vê sua vida mudar totalmente após a chegada de visitantes inesperados. O filme é repleto de cenas enigmáticas e com intensa simbologia, a essência do surrealismo está fortemente presente na história.
Agora é só estourar a pipoca e boa sessão!
* Rebeca Cruz é estudante do segundo semestre da Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade Federal de Mato Grosso
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