Mato Grosso

Recluso desde a eleição, Pedro Taques se isola e espera o término de seu mandato

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Recluso desde a eleição, Pedro Taques se isola e espera o término de seu mandato
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Conhecido por centralizar decisões e não fugir dos embates mais espinhosos, há 43 dias o governador Pedro Taques (PSDB) tem cedido o espaço de porta-voz do cargo máximo do Executivo Estadual para representantes, ora um, ora outro, e evitado comentar publicamente qualquer assunto, pertinente ao seu governo, ou não. Não aparece em público, não dá declarações, não publica em suas redes sociais.

Assessores próximos já se disseram preocupados com a “falta daquele entusiasmo” do chefe do Executivo.

A amarga derrota para Mauro Mendes (DEM), Wellington Fagundes (PR) (e para os votos brancos e nulos) na disputa pela reeleição em 7 de outubro parece ainda não ter sido superada pelo governador, que em 2014 foi eleito com a segunda maior votação da história do Estado, perdendo apenas para Blairo Maggi (PP).

Sua última aparição pública, com a presença da imprensa, foi dois dias após o pleito, quando fez um pronunciamento de cerca de 3 minutos, não respondeu a perguntas e deixou o local em meio aos aplausos do secretariado, que havia reunido para avaliar o resultado negativo obtido nas urnas.

Assíduo em suas redes sociais, cuja liberdade para publicações foi alvo de vários embates na Justiça Eleitoral, hoje o governador pouco atualiza seus perfis. No Instagram, a última publicação foi no dia da eleição, quando agradeceu os votos que recebeu.

No Facebook, trocou a foto de perfil em 9 de novembro e, no dia 13, postou fotos de uma vistoria nas obras da Estrada da Guia. Antes rodeado de políticos, nesse dia estava acompanhado apenas do secretário de Estado de Infraestrutura, Marcelo Duarte. Dos grupos de WhatsApp, Taques já havia saído antes mesmo do resultado das urnas.

Quando se reuniu com o governador eleito, Mauro Mendes, pela primeira vez após o pleito, foi somente até a porta de seu gabinete. Com a imprensa em peso aguardando o resultado do encontro no hall, Taques “enviou” o secretário-chefe da Casa Civil, Ciro Rodolpho, em seu lugar para a missão de falar sobre os trabalhos da equipe de transição.

Além da derrota na eleição, o entusiasmo do governador também foi atingido pela quebra de sigilo, por parte do Supremo Tribunal Federal, da delação do empresário Alan Malouf – que acusa Taques de ter se beneficiado de um “caixa-dois” na campanha de 2014 e permitido que um esquema de corrupção se instalasse na Seduc. Nessa ocasião, Taques se pronunciou apenas por meio de nota, negando as acusações.

Faltando pouco mais de 40 dias para entregar a faixa de governador – e sem dinheiro para terminar obras que marquem seu mandato -, Pedro Taques permanece recluso e assim pode ser até 1º de janeiro, quando, inevitavelmente, terá que participar da cerimônia de transmissão do cargo para seu ex-aliado e principal adversário na disputa eleitoral.

Agendas internas

De acordo com o secretário de Comunicação Marcy Monteiro, o governador não está evitando compromissos públicos ou contato com a imprensa: apenas tem tido menos agendas públicas.

Segundo Marcy, Taques tem realizado muitas reuniões internas de trabalho, em agendas específicas das secretarias e com os respectivos representantes de cada Pasta.

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