O esquema investigado pela quinta fase da Operação Sodoma, deflagrada na terça-feira (14), desviava recursos públicos por meio da compra de combustível fictício para a frota estadual. Liderado pelo ex-governador Silval Barbosa, o grupo causou prejuízos de pelo menos R$ 8,1 milhões somente nesta modalidade, segundo apurou o Ministério Público Estadual (MPE). Em sua composição, estavam o governador, secretários, servidores públicos e empresários do ramo de combustíveis. Veja quem são eles:

 

Pedro Singer/O Livre

Infografico Sodoma 5/2

 

Silval Barbosa
O ex-governador é apontado como chefe do esquema montado para desviar dinheiro público investigado na Operação Sodoma. Ele está preso desde a primeira fase da operação, deflagrada em 2015. Nesta quinta fase, foi acusado de receber parte das propinas pagas pelas empresas Marmeleiro Auto Posto Ltda, de fornecimento de combustíveis, e Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda, que realizava a gestão eletrônica do abastecimento de combustíveis. No “mensalinho” pago pelos empresários, ele recebia a maior fatia.

Sílvio Araújo
O então chefe de gabinete de Silval Barbosa aprovava e mantinha sob seu controle as licitações nas quais o grupo tinha interesses. A ele foi delegada a função de membro efetivo e presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado (Condes), o que, de acordo com o Ministério Público, na prática lhe dava poderes para aprovar a abertura de procedimentos licitatórios e adesões as atas de registro de preços de interesse do grupo acusado.

Coronel José de Jesus Nunes Cordeiro
Conhecido como Coronel Cordeiro, era o homem de confiança de Silval Barbosa na Secretaria de Administração (SAD). Mesmo com a troca de três secretários – César Zílio, Francisco Faiad e Pedro Elias -, permaneceu como secretário adjunto, garantindo a continuidade do esquema e o aumento dos lucros dos participantes, de acordo com a investigação. Nas primeiras fases da operação Sodoma, segundo a promotoria, se valeu de ameaças e intimidação. “Nunca se sabe, às vezes um caminhão passa por cima de seus filhos. Acidentes acontecem”, teria dito ao empresário Willians Paulo Mischour, segundo a decisão da juíza Selma de Arruda.

Francisco Faiad
O envolvimento de Faiad teve início, segundo a denúncia, quando o advogado assumiu a Secretaria de Administração (SAD) do governo Silval Barbosa, em janeiro de 2013. De acordo com o MPE, ele pediu um aumento no valor das propinas, que anteriormente estavam estabelecidas em R$ 70 mil, para R$ 80 mil mensais. Depois de pagar as dívidas de sua campanha à prefeitura de Cuiabá de 2012 ao lado de Lúdio Cabral (PT), passou a usar o esquema para arrecadar valores para sua candidatura a deputado estadual em 2014. A investigação aponta que Faiad recebia mensalmente R$ 16 mil das empresas, totalizando R$ 192 mil em propinas.

Valdísio Viriato
Apontado pela promotoria como um dos operadores do esquema. Durante toda a gestão de Silval, Viriato foi secretário adjunto na Secretaria de Estado de Transportes e Pavimentação Urbana (Setpu), onde exercia uma função parecida à do Coronel Cordeiro na SAD. Era responsável por manter a aparência de legalidade nos contratos da secretaria, acobertando os esquemas elaborados entre fevereiro de 2013 a outubro de 2014. Além disso, O Ministério Público Estadual aponta que ele realizou um pagamento de R$ 300 mil à empresa TRIMEC, de Wanderley Torres, por meio de abatimento de uma dívida da empresa com o governo.

Empresários
Também estiveram envolvidos no esquema as empresas Marmeleiro Auto Posto Ltda e Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda, dos sócios Juliano Volpato e Edézio Corrêa. Eles são hoje colaboradores da Justiça na investigação. Para manter contratos de fornecimento de combustível para a frota do governo Estadual, as duas empresas pagavam propinas mensais aos membros do governo no valor de R$ 80 mil, e chegaram a pagar uma parcela de R$ 150 mil, a título de “propinas atrasadas”. Em apenas um dos contratos apontados como fraudulentos (o que decorreu da  licitação n° 100/2014), a empresa Marmeleiro faturou R$ 81,5 milhões.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
0
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes