Presidente do MDB em Cuiabá, o ex-deputado José Lacerda negou nesta segunda-feira (25) que o partido tenha “abandonado” o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, à Operação Capistrium, que o afastou do cargo na semana passada.
Filiados da sigla ainda não se manifestaram publicamente sobre o suposto envolvimento de Emanuel Pinheiro na contratação irregular de indicados políticos para a Secretaria de Saúde.
O presidente da Câmara dos Vereadores, Juca do Guaraná, é o único representante partidário no município. Na Assembleia Legislativa, quatro deputados estaduais estão em mandato, porém nenhum se posicionou a favor de Emanuel, até o momento.
No caso dos deputados, todos estão na base de apoio ao governador Mauro Mendes (DEM).
Ao comentar a operação, Lacerda disse que o prefeito não pode ser tratado como um investigado condenado e ressaltou que a ação policial é um direito constitucional que apura “erros” na gestão de Emanuel.
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“Nós precisamos respeitar todos os princípios de natureza constitucional. Como é que nós [como partido] vamos contrapor a um processo de um levantamento investigatório? Isso é direito constitucional dos poderes constituídos. Agora, isso não significa que o prefeito Emanuel pode ser tratado como uma pessoa que esteja condenada”, afirmou.
Em delação, o ex-secretário de Saúde, Huark Douglas Correia disse que a pasta chegou a ter cerca de mil servidores sem “função” nos primeiros meses de gestão de Pinheiro, e todos nomeados seriam indicações de aliados políticos, principalmente de vereadores.
A Justiça estadual, com base investigação do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), mandou sequestrar R$ 16 milhões das contas bancárias de Emanuel Pinheiro, da primeira-dama Márcia Pinheiro e outros investigados, servidores e ex-servidores públicos, por supostas irregularidades no pagamento do prêmio-saúde.