Foram quinze anos a exercitar o discurso do injustiçado. Com o tom de voz suave e a fala pausada, de quem não deve e não teme, José Geraldo Riva jamais se cansou de declarar publicamente sua inocência.
Desde 2002, quando a Operação Arca de Noé bateu às portas da Assembleia, Riva sempre se disse perseguido por adversários e pelo Ministério Público. Queixou-se de cerceamento de defesa, chamou de “farsa” a lista com mais de 100 processos envolvendo seu nome e afirmou, mais de uma vez, que tinha “confiança na Justiça”.
No dia 31 de março, diante da juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, o ex-deputado usou a mesma expressão grave para confessar, sem rodeios, que coordenou e se beneficiou pessoalmente de um esquema de desvio de dinheiro na Assembleia Legislativa, poder que comandou por 20 anos.
Não foi a primeira vez que Riva admitiu a participação em crimes. Agora, porém, seu mea culpa se fez acompanhar por uma lista com 33 nomes de deputados e ex-deputados.
No vídeo abaixo, o LIVRE reuniu algumas das falas mais contundentes de Riva dos tempos em que ele se dedicava a convencer o eleitor de que não tinha culpa no cartório. “Não sou bandido” é a frase que mais se repete, seguida de “meus bens têm origem”.
Confira: