Judiciário

Polícia cumpre mandados contra donos de terra que utilizariam “laranjas” para desmatar

Políticos e empresários são alvos de 22 mandados judiciais, que estão sendo cumpridos hoje (16) em Mato Grosso

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Polícia cumpre mandados contra donos de terra que utilizariam “laranjas” para desmatar
(Foto: PJC MT)

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), deflagrou hoje (16) a Operação “Ronuro”, para cumprimento de 22 mandados judiciais contra uma associação criminosa que supostamente vinha agindo na extração e desmatamento ilegal de madeira, na região norte de Mato Grosso.

Segundo a Polícia Civil, a investigação apontou que os proprietários das madeireiras são agentes políticos e empresários locais, que estariam utilizando terceiros como “laranjas” para mascarar o comércio irregular da matéria-prima e burlar a administração pública ambiental e fiscal, praticando o crime ambiental e a sonegação de impostos, além do prejuízo ao meio ambiente e social.

O cumprimento das ordens judiciais contam com apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), além das equipes policiais das Diretorias do Interior e de Atividades Especiais.

As ordens de buscas e apreensões têm como alvos endereços de pessoas físicas e jurídicas, em 4 municípios do norte de Mato Grosso – Cláudia, Feliz Natal, Nova Ubiratã e Sorriso.

Além dos mandados de busca e apreensão, os locais onde funcionam as madeireiras serão bloqueados e terão as atividades suspensas, até o término das investigações.

(Foto: PJC MT)

Investigação

As investigações iniciaram no segundo semestre de 2019, após denúncias de que pessoas envolvidas no comércio de madeira na região estavam praticando ilícitos ambientais e fazendo a extração ilegal na Estação Ecológica Rio Ronuro.

Após o pico da pandemia da covid, no mês de fevereiro de 2022, as diligências foram intensificadas pela Dema para identificar os agentes responsáveis pelo dano ambiental, com a extração e desmatamento ilegal da vegetação nativa preservada na estação ecológica situada em Nova Ubiratã.

Conforme a apuração, a associação criminosa cometia o desmatamento visando lucro financeiro a qualquer custo, com a destruição da vegetação e sem se preocupar com os danos ambientais, a fauna e tampouco a sociedade local e mato-grossense.

Os indícios apontam que integram esse grupo investigado, agentes políticos, madeireiros, empresas transportadoras, pessoas físicas e jurídicas, que vinham se beneficiando com a extração, desmatamento e o comércio das madeiras retiradas ilegalmente da Estação do Rio Ronuro.

“A área conta com uma biodiversidade de extrema importância para o meio ambiente e este tipo de ação humana, quando excede os limites da lei, prejudica o espaço natural e as espécies que ali vivem, além da sociedade como um todo”, destacou a delegada titular da Dema, Liliane Murata, acrescentando que a operação visa à responsabilização criminal dos investigados pela prática de ilícitos ambientais que prejudicaram a estação ecológica.

Operação Ronuro

O nome faz referência à área Estação Ecológica (Esec) Rio Ronuro, localizada no município de Nova Ubiratã, criada pelo Decreto n. 2.207 de 23 de abril de 1998. A estação abrange uma área aproximada de 131.795 hectares, cujo objetivo é proteger o ambiente natural e os ecossistemas existentes. É uma unidade de conservação estadual.

(Com Assessoria)

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