O ex-chefe da Casa Civil do governo de Pedro Taques, Paulo Taques, passou a ser réu no processo de investigação dos casos de grampos telefônicos ilegais em Mato Grosso. A decisão é do juiz da Vara de Ação Cível Pública, Bruno D’Oliveira Marques.
A decisão tomada nessa segunda-feira (23) também torna ré a delegada Alana Cardoso, coordenadora da Operação Forti, de investigação a membros do Comando Vermelho do PCC. As interceptações telefônicas ilegais teriam ocorrido no contexto dessa operação.
“Há indícios de que as interceptações telefônicas realizadas não seguiram o procedimento legal. Foram incluídos números telefônicos em um pedido de prorrogação da Operação Forti, realizada pela Diretoria de Inteligência da Polícia Judiciária Civil (PJC), que visava a apurar prática de crime de organização criminosa”, escreveu o juiz.
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Operação
A Forti foi deflagrada em 2015. A operação ocorreu sob sigilo para a investigação a membros do Comando Vermelho do PCC que fariam parte de uma organização criminosa, supostamente vinculada ao ex-bicheiro João Arcanjo, que planejaria um atentado contra o então governador Pedro Taques, primo de Paulo Taques.
Porém, na lista de nomes para interceptação telefônica estavam inclusos os telefones das então servidoras públicas Tatiana Sangalli Padilha e Caroline Mariano dos Santos, próximas ao ex-chefe da Casa Civil.
Elas aparecem na lista com os codinomes de Dama Lora e Amiguinha. As interceptações foram autorizadas pela juíza aposentada Selma Rosane Arruda, na época titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
Paulo Taques também foi declarado réu na investigação sobre os grampos pela 7ª Vara Criminal em 2019.
O LIVRE tentou contato por telefone com Paulo Taques, mas as ligações não foram atendidas.