O secretário de Infraestrutura e Logística (Sinfra) de Mato Grosso, Marcelo Duarte, disse que existem forças contrárias à licitação do transporte coletivo intermunicipal, que vem sendo tocada pela Pasta.
Apesar de ter sido citado na Operação Rota Final, ele negou envolvimento no suposto esquema para evitar que o certame seja realizado, que envolveria a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager) e empresários.
Marcelo Duarte disse que a licitação está em andamento, apesar das diversas decisões judiciais que paralisaram o certame desde 2012, quando o edital foi lançado pela primeira vez, ainda no governo de Silval Barbosa. No governo Pedro Taques (PSDB), o certame foi relançado. A interrupção mais recente foi revertida no Tribunal de Justiça no início de abril.
“A licitação está publicada, apesar de termos tido esse revés recente do TJ. Na ocasião, a interpretação de muitas pessoas foi que, se a licitação foi derrubada, é porque estava errada. Mas não, nem sempre. Existem forças muito grandes que não estão querendo que isso aconteça. Isso ficou claro nessa investigação. Obviamente, essas forças não estão dentro da secretaria, até porque o processo está andando”, disse Duarte, sem citar que “forças” seriam essas.
O secretário disse que não tem qualquer relação com o suposto esquema investigado na operação. “Vi o processo e meu nome apareceu em uma denúncia anônima. Mas o Ministério Público apurou e não encontrou nada, porque não participo de nenhuma organização ilegal”, afirmou o secretário. “Fui citado junto com os deputados como tentando copiar uma licitação de outro estado para beneficiar determinadas empresas. Eu considero absurda essa denúncia e minha conexão com qualquer tipo de pessoa que esteja praticando ato ilegal”, declarou.
Rota Final
A operação Rota Final foi deflagrada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) no dia 26 de abril, para investigar um suposto esquema para fraudar a licitação do transporte intermunicipal, estimada em R$ 11 milhões. O objetivo seria impedir o certame para manter as concessões precárias de diversas empresas.
Dois empresários foram presos temporariamente na operação: Éder Augusto Pinheiro Júnior, dono Verde Transportes, e Júlio Cesar Sales Lima, dono da Viação Xavante. O ex-presidente da Ager Eduardo Moura (PPS) foi alvo de busca e apreensão. O presidente interino, o diretor de Transporte e Rodovias, Luis Arnaldo Faria de Mello, foi afastado do cargo por decisão judicial.
