Usando a estratégia de perder para ganhar, o empresário Igor Vendas e seus sócios estão conseguindo manter a franquia Magnólia e ainda preservar o projeto de expansão da empresa.
Desde que anunciada a pandemia do novo coronavírus, eles investiram em e-commerce e no sistema delivery, além conversar, renegociar e prorrogar pendência dos 41 franquiados.
Como resultado, conseguiram manter todos no mercado, mesmo com o fechamento dos shoppings, já que o negócio é um quiosque que vende artigos exclusivos de papelaria.
Outra vantagem da medida foi a manutenção dos 127 empregos, com saldo zero de demissões.
Igor Vendas, diretor comercial da empresa, explica que havia um processo engavetado de atuar no comércio online e, devido à demanda, eles resolveram acelerá-lo. O desafio foi fazer uma modelagem que trouxesse benefício para os franqueados e também para os vendedores.
Eles, então, estruturaram um canal de venda, no qual o cliente entra, escolhe os produtos e a Magnólia assume toda a logística. O percentual de lucro do franqueado da região é revertido para ele.
Já com relação aos vendedores, eles passam a ganhar quando enviam aos clientes um cupom de desconto com o código deles. Assim que o voucher é usado, ele recebe a comissão.
Também existe a possibilidade de se comprar um voucher e ir em um quiosque trocá-lo por produtos.
“Como trabalhamos com um material exclusivo, muitas vezes, o consumidor quer esclarecimentos sobre qual o artigo ideal e o nosso vendedor, que também é consultor, consegue orientar da melhor forma”, argumenta.
Delivery e catálogos
Os franqueados estão recebendo capacitação para instalar o sistema delivery, usando mão-de-obra local. Junto com ele, haverá um catálogo digital, que o vendedor poderá encaminhar para os clientes.
A ideia é que o profissional possa fidelizar ainda mais o cliente e ainda atendê-lo no momento de isolamento social, tendo em vista que, mesmo com a abertura dos shoppings, muitas pessoas ainda evitarão sair de casa.
Renegociação
Mesmo com a queda de 80% no faturamento, a empresa resolveu flexibilizar as cobranças e fazer o possível para que o franqueado não abandone o negócio. Assim, quem tinha débitos em aberto, pode renegociar e ainda prorrogar a dívida.
Ainda foi dado mais prazo para compra de estoque e, em alguns casos, há mediação com os shoppings.
Com relação aos royalties, taxa paga pelo uso da franquia, a empresa cobra sobre a venda, portanto, se elas não acontecem, o empresário não precisa pagar.
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Mais que papel
Igor vendas conta que, mesmo com a queda de receita, o projeto de expansão continua vivo. Ele diz que houve o adiamento de outros 13 quiosques em diferentes Estados, mas todos os contratos continuam ativos.
E este será apenas o começo, tendo em vista que, segundo o empresário e diretor de vendas, a Magnólia não vende apenas papelaria, mas organização.
Ele explica que a ideia surgiu quando a esposa de um amigo estudava para concursos e não achava os organizadores que precisava e, muitas vezes, chegava a importar.
A partir de então, ele e outros cinco amigos enxergaram uma oportunidade de negócio. Hoje, trabalham com diversos itens exclusivos para organização de casamentos, rotinas, atividades escolares e até mesmo economia doméstica.
De acordo com Vendas, o próximo passo será trabalhar com cursos e consultorias para organização.
Atualmente, para quem tem interesse em abrir um quiosque da Magnólia, o investimento estimado é de R$ 120 mil e o perfil desejado de franquiado é alguém que goste do produto e, de preferência, já tenha trabalhado com o negócio.
“Para quem nunca foi empresário, nós oferecemos suporte e orientações”, assegura.
A perspectiva de retorno do investimento é de dois anos. Em Mato Grosso, existem dois quiosques da empresa, um deles no Shopping Pantanal e outro na cidade de Sorriso.