No dicionário, a definição da palavra “resiliência” é a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças. No mundo dos negócios, de acordo com a Deloitte – uma multinacional líder em serviços de auditoria, consultoria e assessoria financeira –, é o segredo para sua empresa passar pela crise que acompanha o novo coronavírus e ainda se reinventar para o “novo normal”, que chegará quando a covid-19 estiver controlada.
A dica consta em um “Plano de 100 dias”, com diversas estratégias que empresários podem adaptar para empresas de todos os portes. Todas elas considerando três momentos.
- Respostas – para gerenciar a crise e dar continuidade ao trabalho
- Recuperação – quando é preciso se focar nas áreas críticas da empresa
- Sustentabilidade – quando o que foi implementado no período de urgência pode se transformar uma nova rotina de trabalho.
O LIVRE teve acesso ao conteúdo do plano e preparou uma lista de passos a serem seguidos.
1. Tenha um plano e quem o execute
De acordo com a Deloitte, uma das primeiras coisas a se fazer é um planejamento daquilo que se pretende fazer. E para que isso saia do papel da melhor maneira possível, ouvir sócios, funcionários que chefiam equipes e até funcionários da ponta se faz necessário.
Em outras palavras, você deve montar uma força-tarefa, um centro de emergência ou um comitê de guerra, como você preferir chamar.
É esse grupo que vai observar quais eram os processos dentro da empresa, o que não pode mais ser feito como antes e pensar em soluções para isso. Também estabelecer prioridades, lembrando sempre de estar informado sobre como o restante do mercado está agindo, para que os passos sejam no mesmo sentido.
2. Cuide de seus funcionários
Ter uma estratégia para orientar e monitorar o máximo possível a rotina dos funcionários é fundamental, segundo a Deloitte. Da mesma forma, é preciso prestar assistência a quem for um caso suspeito ou confirmado da covid-19.
Dentro da empresa, é preciso ter regras claras sobre a quarentena se o trabalho for mantido na modalidade presencial. Se a opção for pelo home office, é necessário dar condições para que ele seja realizado. E em ambos os casos, as normas têm que ser seguidas à risca.
O empresário também precisa considerar a possibilidade de ter que substituir pessoas, em especial as que estejam em cargos de liderança. Além disso, conhecer todas as alterações nas regras trabalhistas que vem sendo propostas pelo governo.
E no caso de qualquer medida adotada, é necessário comunicar a todos em tempo hábil e da forma mais clara e transparente possível.
3. Saiba pelo que passam seus fornecedores
No campo dos fornecedores, segundo a Deloitte, é preciso identificar quais são essenciais: matéria-prima, embalagens, serviços?
O empresário precisa saber o que tem, quanto tem e quando será necessário adquirir mais. E passar a trabalhar, então, em conjunto com os fornecedores desses materiais, principalmente, aqueles estejam em dificuldade financeira.
Um adiantamento de pagamento, por exemplo, é algo que precisa ser considerado.
4. E também pelo que passam seus clientes
Para a Deloitte, é hora de priorizar os clientes-chave. Promover um engajamento deles e a lealdade à empresa. Nesse sentido, promover recompensas e condições especiais – dentro das possibilidades – é uma das alternativas.
O empresário também precisa observar as dificuldades desse cliente em chegar até a empresa e criar soluções para isso. Os meios digitais para compra de produtos e serviços é um dos mecanismos que mais vêm sendo usados.
Diversificar a atividade ou produto final também não pode ser desconsiderado. Esse é o momento para pensar em um novo modelo negócio, tendo em vista sempre a sustentabilidade disso quando o período de quarentena passar.
E por fim, mas não menos importante, é preciso estar atento as formas de comunicação com esse cliente. Ele tem que saber, de forma clara e objetiva, o que a empresa tem a oferecer.
5. Saiba quais serão os impactos financeiros
Para garantir que todas as medidas acima vão surtir efeito, o empresário tem que recalcular sua estimativa de arrecadação. O capital de giro e a capacidade de pagar as contas precisam ser preservados.
Conforme a Deloitte, vale tentar renegociações de dívidas, de custos de produção e logística e também recorrer aos benefícios que o governo pode vir a conceder.
Além disso, é preciso ter responsabilidade na hora de propor acordos. Conforme a Deloitte destaca, “sua empresa depende da recuperação do mercado e da sociedade como um todo”.