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Maggi deve ir aos EUA para tentar reabrir o mercado

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Maggi deve ir aos EUA para tentar reabrir o mercado

Beto Barata/Presidência da República

Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, no lançamento do Plano Safra

Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, no lançamento do Plano Safra

Depois de mais um baque para a imagem do mercado da carne brasileira, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, anunciou que lutará para restabelecer as exportações de carne in natura (fresca) para os Estados Unidos. Em áudio enviado pelas redes sociais, o ministro afirmou que viajará até o país para buscar um entendimento com o governo americano.

“Pretendo, assim que possível, assim que os americanos receberem as informações do Brasil, me deslocar até os Estados Unidos com uma equipe do ministério para fazer as discussões necessárias e restabelecer o mercado tão importante que o Brasil conquistou nos últimos anos”, disse o ministro.

Para o  Brasil, o mercado americano não representa um volume expressivo de exportações, mas funciona como um atestado de qualidade para os produtos brasileiros devido às exigências que impõe.

Marco histórico
O Brasil só conseguiu vender carne fresca para o mercado americano depois de 17 anos de negociações. A autorização para exportar o produto saiu em julho do ano passado, mas as primeiras remessas foram enviadas apenas dois meses depois.

Para o Brasil, o mercado americano não representa um volume expressivo de exportações, mas funciona como um atestado de qualidade devido às exigências que impõe

Entre janeiro a maio deste ano, os EUA compraram mais de 22 mil toneladas de carne brasileira in natura, totalizando US$ 48,6 milhões em negócios. Só Mato Grosso movimentou US$ 11,1 milhões, enviando para o país 3% do volume exportado pelo Estado nos cinco primeiros meses do ano.

Carne rejeitada
Nem todos os frigoríficos brasileiros são autorizados a exportar carne bovina fresca para os Estados Unidos. São poucos, na verdade: apenas 13 em todo o país, sendo dois em Mato Grosso. 

Na última sexta-feira, o Ministério da Agricultura já havia descredenciado cinco plantas que eram habilitadas. “Assim que recebemos a informação da presença de abscessos nos cortes, tomamos essa providência”, explicou Maggi. Os abscessos são nódulos inflamados, geralmente com pus, que se parecem a feridas.

O ministro disse ainda que a causa do abscesso pode estar relacionada com a vacina contra a febre aftosa. “Vamos abrir imediatamente uma sindicância para ver o tipo de reagente utilizado e se, de fato, ele está causando esses resíduos nas carnes enviadas para lá”. 

O ministro disse ainda que entende as observações feitas pelas autoridades americanas e que os procedimentos serão corrigidos para atender as exigências. “Vamos corrigir e lutar porque é um mercado muito importante”.

“Há uma pressão muito grande por parte dos produtores americanos para que haja um embargo e não se permita a entrada da carne brasileira”

A primeira correção anunciada na manhã de quinta, foi a redução da dose da vacina contra a febre aftosa de 5 ml para 2 ml, o que poderia diminuir ou evitar tais abcessos nos animais.

Concorrência
Além das preocupações com a saúde pública e condições sanitárias citadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para suspender as negociações, existe a questão da concorrência entre os dois mercados. Os Estados Unidos sempre foi o maior concorrente brasileiro quando se fala em mercado da carne.

“Há uma pressão muito grande por parte dos produtores americanos desde a época da liberação [do mercado] para que haja um embargo e não se permita a entrada da carne brasileira lá”, lembrou Maggi.

 

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