Ednilson Aguiar/O Livre
Valtenir Pereira se filiou na semana passada ao PSB, depois de quatro anos fora da sigla
O encontro da oposição realizado na noite de quinta-feira (22) para traçar estratégias para as eleições de 2018 contou, pela primeira vez, com a participação do PSB. Filiado ao partido e empossado como presidente há pouco mais de uma semana, o deputado federal Valtenir Pereira assegurou ao grupo que o PSB marchará junto com eles contra o governador Pedro Taques (PSDB), que deve disputar a reeleição.
“Valtenir disse que o PSB estará conosco em 2018”, contou o deputado estadual Zeca Viana, que preside o PDT em Mato Grosso. “Mas acredito que os deputados do PSB não concordarão com isso e sairão do partido.”
“Valtenir disse que o PSB
estará conosco em 2018. Mas acredito que os deputados do PSB não concordarão com
isso e sairão do partido”
A decisão do novo presidente não encontra respaldo na bancada de quatro deputados estaduais e dois federais, todos governistas. Apesar disso, reforça o grupo de oposição, pois, se a aliança se concretizar, ele dará à futura coligação mais tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV.
À tarde, antes da reunião, em entrevista, Valtenir havia sido evasivo ao ser questionado sobre a possibilidade de o PSB romper com o governo Taques. “Ainda é muito cedo para se falar disso”, limitou-se a dizer.
Consequências
O racha no PSB pode levar a uma rebelião da bancada, que promete desobedecer às possíveis orientações de Valtenir para fazer oposição, ou a uma debandada do partido. Atualmente, o PSB é um dos principais partidos da base de sustentação do governador, com duas secretarias (Assistência Social e Agricultura Familiar). A sigla acompanha Pedro Taques desde 2010, quando ele se elegeu senador.
Valtenir desembarcou no PSB na semana passada, sob a bênção da direção nacional, depois de quatro anos fora da sigla. Ele havia se desfiliado em 2013 em meio a brigas com o grupo liderado pelo então prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes.
“Defendo critérios técnicos para definir o candidato. Um deles é a pesquisa, ver a aprovação dos nomes junto à população. Outro é escolher alguém fora desse vendaval de denúncias”
Além do PSB, outra novidade no grupo oposicionista é a participação do PV, representado pelo presidente estadual da sigla, José Roberto Stopa, que é secretário de Serviços Urbanos de Cuiabá.
A sigla tem um deputado estadual, Wancley Carvalho, que compõe a base governista, e até o ano passado tinha Aluizio Leite como adjunto da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec).
Estratégia para 2018
O encontro desta quinta, realizado na casa do ex-prefeito de Cuiabá Chico Galindo (PTB), tem como objetivo manter a unidade da oposição e preparar o grupo para as eleições de 2018, segundo informou o presidente do PMDB e deputado federal Carlos Bezerra.
A reunião contou com representantes de 12 siglas, entre elas, PMDB, PSB, PDT, PP, PTB, PT, PR, PV, PROS e PT do B.
“Devemos fazer uma reunião a cada 30 ou 40 dias. Vamos buscar trazer o máximo de partidos para dentro do grupo, que está crescendo. Para você ter uma ideia, foram cinco partidos na primeira reunião, e agora foram 12”, disse Zeca Viana.
A discussão reforçou dois nomes já colocados como pré-candidatos a governador nas próximas eleições: o senador Wellington Fagundes (PR) e o conselheiro Antonio Joaquim, presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que promete deixar o cargo até o fim do ano e avalia se filiar ao PMDB.
“Eu defendo a adoção de alguns critérios técnicos para definir o candidato do grupo”, disse Bezerra. “Um deles é a pesquisa, para ver a aprovação dos nomes juntos à população. Outro critério é escolher alguém que esteja fora desse vendaval de denúncias. A situação do próprio governador é catastrófica nesse aspecto.”
